Prefeitura faz limpeza na Ufes após mais de dois meses de abandono

O prefeito universitário, Renato Schwab, garantiu que a limpeza e a conservação da área verde, realizadas pela última vez em dezembro, serão feitas em todos os centros da Ufes até o início do período letivo, 1° de março.

A situação de abandono beira o descaso. Árvores sem poda e galhos quebrados colocam em risco a integridade física de quem circula pelos espaços. No chão é comum ver frutos estragados, o que gera incômodo e preocupação em torno da proliferação de insetos e roedores. Restos de entulhos, lixo acumulado e folhas secas servem também de abrigo para aranhas, escorpiões e lacraias.  

O mato e também as árvores de grande porte prejudicam placas de sinalização dos prédios e vias, além da fiação elétrica. Em alguns pontos a visibilidade de motoristas e pedestres está totalmente prejudicada. O cenário tem chamado atenção de visitantes e da comunidade acadêmica que costuma frequentar a Ufes mesmo em período de férias. arvores em cima da casa

 “O campus de Goiabeiras está ao Deus dará”, diz a estudante de Nutrição, Sophia Rosa, que se mostra indignada com a grande quantidade de mosquitos e insetos. “As picadas dos pernilongos incomodam, mas a preocupação maior é com a dengue. É impossível andar por aqui sem usar repelentes”, aconselha. Para ela, todos os Centros estão vulneráveis à infestação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, e não há controle eficiente por parte da universidade. A prefeitura do campus, no entanto, garante que o trabalho de vigilância está em dia.

Preocupação na volta às aulas. A professora do Departamento de Psicologia da Ufes, Célia Regina Rangel, se recupera da dengue desde o início de fevereiro. E a volta às aulas chega acompanhada de preocupação. “Frequento o Cemuni VI, o prédio do Programa de Pós-Graduação em Psicologia/PPGP (ambos atrás do Cine Metrópolis) e o CCHN. O maior desconforto é no Cemuni e no PPGP. São muitos mosquitos e uma dificuldade enorme de acabar com os criadouros. Espero que a universidade faça algo mais efetivo para conter a infestação”, cobra. 

entulho ufesZika vírus no ES. De acordo com informações da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), as condições climáticas do Estado são favoráveis à proliferação do mosquito. Só nos dois primeiros meses deste ano foram registrados 10. 718 casos de dengue no Estado e 1.739 suspeitas de infecção do zika vírus, sendo que 20 foram confirmadaslaboratorialmente (15 em Vitória, 02 em Vila Velha, 01 em Cariacica, 01 em Aracruz e 01 em São José do Calçado). O zika é transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue e chikungunya.

Epidemia de mosquitos e má conservação dos campi leva reitoria a afastar servidoras gestantes

Desde dezembro que a reitoria vem assinando portarias determinando o afastamento imediato das gestantes dos seus locais de trabalho. Ao todo foram quatro documentos administrativos, sendo que o último vence no próximo dia 29/02, com o retorno das aulas.  “Diante das incertezas das informações quanto aos efeitos do zika vírus nas gestantes foi sugerido o afastamento como forma de prevenção”, explicou a vice-reitora Ethel Maciel.

De acordo com a coordenadora do Departamento de Atenção à Saúde (DAS) da Ufes, Daniela Simões, as portarias que afastaram as gestantes só foram prorrogadas porque a prefeitura ainda estava programando ações de combate ao mosquito transmissor da dengue. “Essa foi uma preocupação percebida pelo nosso setor. O afastamento foi uma forma de minimizarmos os riscos a que estão expostas as gestantes em seus locais de trabalho”.CT

A professora do Curso de Psicologia da Ufes, Valescka Martins Guerra, grávida de cinco meses, diz que a medida é paliativa. “Acredito que a ação tenha eficácia enquanto medida emergencial. Minha preocupação é como vou voltar a trabalhar e proteger meu filho”, diz angustiada. Para ela, é preciso disseminarinformaçõescorretas sobre o assunto.“Temos poucas informações seguras a respeito da associação entre a zika e a microcefalia, nunca se sabe o que pode acontecer”, lamenta.  

Larvicida e armadilhas. Renato Schwab, prefeito universitário, garantiu que inspeções foram realizadas nos campi. Em Vitória, segundo ele, o trabalho é feito em parceria com a prefeitura da capital. “Estamos utilizando larvicida (micro-organismo capaz de exterminar as larvas do mosquito) 2 a 3 vezes por semana em pontos críticos da Ufes. Faremos também o controle por meio de armadilhas para identificar as espécies de mosquitos existentes”, disse. 

menina matoDe acordo com o prefeito, as áreas mais vulneráveis aos mosquitos estão situadas nas imediações dos prédios da reitoria e da Adufes (campus de Goiabeiras) e do Hucam, em Maruípe. O setor de Comunicação da Adufes encaminhou ofício à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP) solicitando informações sobre o número de servidores/as afastados/as por causa da dengue. Até o fechamento desta reportagem a PROGEP não havia dado retorno ao pedido.

Veja aqui fotos do campus de Goaibeiras/Vitória.

 

Fonte: Adufes