8 de março: Bloco das Feministas protestam na capital capixaba

A concentração da atividade será às 8 horas, na Pracinha de Jucutuquara, marchando em direção ao Palácio Anchieta, ambos em Vitória.  

O tema escolhido para este ano Bloco das feministas na rua contra o machismo, o racismo e o capital chama atenção para a crise econômica, ocasião onde os governos cortam sem nenhum pudor investimentos em políticas públicas e inclusive, nas verbas destinadas em combate à violência contra a mulher (delegacias especializadas, casas-abrigo, por exemplo). 

O tema também aborda as altas taxas de assassinatos de mulheres negras, expressão do racismo patriarcal. De acordo com o Diagnóstico dos homicídios no Brasila taxa de assassinatos de negras segue representando o dobro da taxa de homicídios das brancas por 100 mil habitantes. A maioria dos óbitos está relacionada à violência doméstica e intrafamiliar e os autores são, em geral, seus parceiros ou ex-parceiros. 

O 8 de março é marcado anualmente pela participação de mulheres de diversos movimentos sociais do campo e da cidade, negras, indígenas e brancas que lembrarão a população capixaba, mais uma vez, as desigualdades, a violência e todas as violações de direitos sofridas pelas mulheres.

Manifesto Mulheres“Quando um homem agride uma mulher não é porque perdeu a cabeça, está bêbado ou nervoso. Ele agride porque é uma forma de impor seu poder machista e por vezes racista sobre a mulher”, diz a estudante d e Nutrição da Ufes Sophia Rosa. Segundo ela, a impunidade dos agressores e a falta de políticas públicas são fatores que contribuem para que os homens possam continuar a praticar a violência.

Em marcha contra a violência. Durante a concentração, todo trajeto e o encerramento, ocorrerão diversas manifestações e intervenções culturais. Com faixas e cartazes nas mãos, as mulheres vão cobrar do governo capixaba a responsabilidade do Estado em continuar por mais de cinco anos liderando o ranking nacional de assassinatos de mulheres. 

Entre 2009 e 2011, o Brasil registrou 16,9 mil assassinatos de mulheres (feminicídios), ou seja, “mortes de mulheres por conflito de gênero”, especialmente em casos de agressão perpetrada por parceiros íntimos. Esse número indica uma taxa de 5,8 casos para cada grupo de 100 mil mulheres. A média é de 472 assassinatos de mulheres por mês. 

As UF com maiores taxas foram: Espírito Santo (11,24), Bahia (9,08), Alagoas (8,84), Roraima(8,51) e Pernambuco (7,81). Por sua vez, taxas mais baixas foram observadas nos estados do Piauí (2,71), Santa Catarina (3,28) e São Paulo (3,74).

Leia aqui o manifesto do Fórum de Mulheres do ES.

Fonte: Adufes