Após marcha, movimentos do campo e da cidade irão se reunir com governador Paulo Hartung

Os/as trabalhadores/as nesta segunda-feira, 28, irão denunciar a privatização da educação no ES e exigirão, mais uma vez, a aprovação das diretrizes que regulamentam e garantem a pedagogia da alternância. Os manifestantes marcharão da Secretaria de Educação – Sedu (Avenida Cezar Hilal), e vão em direção ao Palácio Anchieta (Centro de Vitória), sede do Governo Estadual. Em seguida, será realizada uma reunião com o governador, às 14 horas. 

Durante a passeata será apresentada a sociedade capixaba a pauta dos trabalhadores do campo e da cidade. “Somos contra o modelo de gestão que visa à privatização da educação pública e gratuita. No interior, a privatização está substituindo a educação da alternância e provocando o êxodo rural. Já na cidade, o projeto Escola Viva está fechando escolas. O objetivo é “amotoar” todos num mesmo espaço sobre a justificativa de cortar custos e terceirizar a atividade docente”, critica o representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o professor Edmar dos Santos. 

Segundo ele, para favorecer a iniciativa privada, o governo não se importa se a comunidade tem uma ligação histórica com a escola ou se, no caso das áreas rurais, o aluno terá de enfrentar 15 ou 20 Km de estrada de chão para chegar à escola localizada na desse de outro município. 

Reunião sem avanços. Na última reunião realizada entre os integrantes dos movimentos sociais e o Secretaria de Educação, Aroldo Rocha, não houve avanços. Uma das queixas é de que acordo proposto pelo secretário não garante o funcionamento das escolas do campo. “O governo não quis aprovar as diretrizes que asseguram a pedagogia da alternância, mas querem que formalizemos um acordo”, diz indignado Edmar. 

Carta do Palácio Anchieta será novamente apresentada. De acordo com documento produzido durante ocupação do Palácio Anchieta, no 8 de março – Dia Internacional de Luta da Mulher, os movimentos sociais também “exigem que o governo pare de negligenciar a violência cotidiana, em todas as suas formas, contra as mulheres do campo e da cidade. O ES continua sendo o segundo estado brasileiro onde mais se mata mulheres”. 

Para a professora do Departamento de Economia que também ajudou a construir o documento, Renata Couto Moreira, a carta é a síntese da pauta dos movimentos. “Também será discutido com o governo as medidas emergenciais para superação dos prejuízos provocados pelas consequências da secas e crise hídrica. Além disso, os/as trabalhadores/as querem que o governo destine as áreas estaduais devolutas e penhoradas nos agentes financeiros para o assentamento de todas as famílias que hoje se encontram acampadas”, destaca. 

Outros pontos de pauta. Os movimentos sociais também exigem o fim do extermínio da juventude negra; punição dos criminosos, que espalharam lama contaminada no Rio Doce. 

Leia aqui a carta produzida na ocupação do Palácio Anchieta no 8 de Março – Dia Internacional de Luta da Mulher.

Fonte: Adufes