“Com unidade e mobilização teremos vitórias”, diz Rocha

O Fique Por Dentro entrevista o novo presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto, que já esteve à frente do sindicato por duas vezes. Ele fala das prioridades para os próximos dois anos.

 

Quais os principais desafios da nova gestão?

O principal desafio é mobilizar a categoria frente aos ataques à educação pública e aos serviços públicos. O sindicato precisa estar mais perto dos/as professores/as e para isso acontecer contamos com a atuação dos Grupos de Trabalho (GTs) e do Conselho de Representantes (CR) da Adufes. Temos que continuar a luta pela reestruturação da carreira que inclui isonomia e paridade entre ativos/as e aposentados/as; pela revogação das medidas  que criaram a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e o Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp-Exe).

 

A Ufes assinou em 2013 o contrato de adesão do Hospital Universitário à Ebserh. De lá para cá foram feitas inúmeras denúncias por parte dos/as trabalhadores/as, estudantes e usuários/as. Qual sua avaliação?

A adesão à Ebserh aconteceu de forma autoritária. A Adufes promoveu na época um seminário no Centro de Ciências da Saúde (CCS), mas a reitoria e a direção do centro nem sequer compareceram. A comunidade acadêmica também teve baixa participação.  Ao contrário do que diz a propagando do governo, a Ebserh não trouxe melhoria e o que assistimos é o Estado renunciando à sua obrigação constitucional de prover o atendimento integral à saúde. O governo vem, ano a ano, sucateando os HU’s para oferecer como saída a privatização. Somos contra esse modelo de gestão e lutamos pela revogação da lei que criou a Ebserh e as Organizações (OS).

 

No final do ano passado foi criada a lei que determina que os servidores que ingressarem no serviço público federal a partir de 05 de novembro último estão automaticamente inscritos no Funpresp. Quais os possíveis encaminhamentos em relação a isso?

O Andes-SN (sindicato nacional) definiu no 35º Congresso uma agenda para 2016 e o primeiro tema é o Combate ao Fundo de Previdência Complementar. A criação do fundo faz parte da reforma da previdência iniciada por governos anteriores e que tem sido intensificada no atual governo. O executivo tentou, através de uma lei, aprovar a adesão automática ao Funpresp, de todos/as servidores/as a partir da criação do fundo – em 2013 -, mas graças à mobilização da categoria isto não aconteceu. Portanto, a nossa luta é contra reforma da previdência e nesse sentido continuaremos discutindo o tema, principalmente, junto aos novos/as concursados/as cuja adesão ao Funpresp ainda é  automática.

 

Além da campanha salarial, qual tema pode unificar a categoria?

Como o governo nos ataca em várias frentes não dá pra ser muito específico na nossa defesa indicando apenas um tema. Reforço que devemos ampliar a unidade em defesa do caráter público, laico e gratuito da educação, além dos serviços públicos de qualidade e dos direitos dos/as trabalhadores/as.

 

Como será o diálogo da Adufes com outras entidades da universidade, sindicatos e movimentos sociais do ES?

Durante os períodos que estive à frente da Adufes mantivemos sempre um bom diálogo com outras categorias, principalmente com aquelas ligadas à educação. Temos também pautas comuns com outros seguimentos e movimentos sociais, por isso procuraremos ampliar o diálogo, planejando ações conjuntas, atuando no fortalecimento do trabalho de base e da unidade com os movimentos.

 

Deixe uma mensagem para os professores/as da Ufes.

Ao longo dos anos, a Adufes e o Andes-SN obtiveram muitas vitórias que estão ameaçadas. O governo aposta na divisão dos servidores públicos. Nesse contexto é preciso acreditar que a luta da categoria é o caminho para conquistas, pois somente com unidade e mobilização teremos vitórias.