Estudantes ocupam mais de vinte escolas do Rio de Janeiro

No dia 21 de março, estudantes do ensino básico do Rio de Janeiro começaram um processo de ocupações das escolas estaduais fluminenses. As ocupações demonstram solidariedade à greve dos professores da rede básica de ensino – iniciada no dia 2 de março – e reivindicam melhorias no sistema de ensino, além de mais recursos para a educação pública. Quase vinte dias após a primeira ocupação, na escola Mendes de Moraes, o estado do Rio de Janeiro já tem mais de vinte escolas ocupadas – 27 segundo a página Escolas do RJ em Luta no facebook.

Entre as reivindicações comuns a todas estão: a eleição direta para a direção, a extinção do Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj), maior carga horária para filosofia e sociologia, volta de porteiros e inspetores, pagamento sem atraso dos professores, máximo de 35 alunos por salas de aula, passe livre no transporte coletivo, melhor infraestrutura, ensino de qualidade, entre outros.

Janaína Oliveira, da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel), acredita que as ocupações de escola no Rio de Janeiro são reflexo da indignação da juventude frente ao ajuste fiscal dos governos federal, estaduais e municipais. “As ocupações iniciaram para demonstrar solidariedade à greve dos professores, mas têm também suas pautas próprias. Há muita disposição para lutar contra os ajustes. As ocupações começaram pelas escolas da periferia, e têm forte participação de mulheres, negros e estudantes LGBTs”, comenta a estudante.

A representante da Anel ressalta também que haverá, nesta segunda-feira (11) à noite, uma reunião entre os estudantes das escolas ocupadas para criar um Comando Unificado de Ocupações, o que Janaína considera como um passo importante para fazer crescer a organização estudantil no Rio de Janeiro.

Ocupações de escola

O movimento de ocupação das escolas teve início no Chile, em 2011, com os estudantes reivindicando a gratuidade do ensino público no país. Inspirados pelos estudantes chilenos, os estudantes de São Paulo utilizaram a tática paralutar contra a reorganização escolar anunciada pelo governo paulista. As ocupações chegaram, depois, ao estado de Goiás, onde os estudantes lutam contra a privatização das escolas estaduais por meio de Organizações Sociais (OS).

Greve fluminense

No Rio de Janeiro, 33 categorias de servidores estaduais estão em greve, incluindo os docentes das três universidades estaduais (Uerj, Uenf e Uezo). Na área da educação, os servidores estão em greve geral e têm protagonizado junto com as demais categorias do funcionalismo público diversas mobilizações contra os sucessivos ataques aos direitos dos servidores públicos estaduais e o desmonte dos serviços públicos no estado. 

Com imagem de Escolas em Luta RJ

Fonte: ANDES-SN