Docentes de universidades estaduais em greve seguem mobilizados

Os docentes das universidades estaduais em greve seguem mobilizados no Amapá, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Piauí, Pará e São Paulo. Eles têm realizado diversos atos nesta semana (20 a 24), junto com estudantes, servidores e terceirizados, em unidade com outras categorias do funcionalismo público, para cobrar de governos e reitorias diálogo com o movimento grevista. Os protestos denunciam, também, a precariedade da educação e do serviço público, o arrocho salarial, a retirada de direitos e o descumprimento de acordos firmados com os governos dos estados.

Segundo Alexandre Galvão, 3º secretário e um dos coordenadores do Setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino Superior (Iees/Imes) do ANDES-SN, os atos que começaram na segunda-feira e irão ocorrer até sexta-feira (24) são fundamentais para denunciar a omissão de reitorias e governos em relação à pauta de reivindicações de docentes, técnicos, terceirizados e estudantes das universidades estaduais públicas. “Temos greves importantes em diversos estados, que retratam as lutas das comunidades acadêmicas país afora, em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. E, com as greves, estão sendo realizados atos importantes, que são elementos fundamentais de organização do movimento grevista, que visam mostrar à população nos estados a importância desta luta em prol da educação”, disse. 

No Ceará, a comunidade acadêmica das três universidades estaduais do Ceará (Uece), Vale do Acaraí (UVA) e Regional do Cariri (Urca) participam na sexta-feira (24) de ato unificado com outras categorias do funcionalismo público, em frente ao Palácio do Governo, às 9h, em defesa do serviço público. Os servidores mantem as suas reivindicações, como o reajuste dos salários dos servidores em 12,67%. O movimento docente ainda exige o cumprimento imediato das reivindicações da categoria que, entre elas, são: nomeação de professores, obra no campus de Itapipoca, revogação de verbas, implantação dos direitos dos professores. No dia 20, o Fórum das Três esteve reunido com o secretário chefe de gabinete do governador Élcio Batista, que ficou de se reunir com os reitores das três universidades para discutir a pauta da greve.

Em Minas Gerais, docentes e estudantes da universidades estaduais de Minas Gerais (Uemg) e de Montes Claros (Unimontes), em greve há mais de 50 dias, realizam um grande ato público na sexta-feira (24) em defesa das universidades. As negociações com o governo estadual não avançaram, demonstrando a falta de compromisso com a educação pública e com os servidores. O governo sugeriu em mesa de negociação, realizada nos dias 13 e 14 de junho, que os servidores esperem até o ano que vem para discutir o reajuste salarial.

Já no Rio de Janeiro, docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) realizam uma aula pública nesta quinta-feira (23) em frente à casa do governador Francisco Dornelles, com o tema “Calamidade na Educação e na Saúde. Olimpíadas do Rio em estado de sítio”, que irá debater os atrasos no pagamento de salários dos servidores e de repasses para as instituições públicas, enquanto são feitos empréstimos para os jogos Olímpicos no valor de R$ 3 bilhões. A decisão foi tomada em assembleia na terça-feira (21), que também deliberou pela continuidade da greve, por unanimidade. Na segunda-feira (20), estudantes e funcionários da instituição realizaram um trancaço no campus Maracanã. Todos os portões da instituição foram trancados.

Em São Paulo, ocorreu um ato na quarta-feira (22), em frente à reitoria da Universidade de São Paulo (USP), contra o desmonte da instituição, em defesa do direito de greve e pela reabertura das negociações – suspensa de forma unilateral pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). Nesta quinta-feira (23) a comunidade acadêmica se reúne para debater a importância das cotas estudantis raciais e sociais, que a USP se recusa a adotar. Na sexta-feira (24) será realizado um ato às 17h, no Largo da Batata em Pinheiros, a favor das cotas.

No Pará, docentes, técnicos e estudantes da Universidade do Estado do Pará (Uepa) protestaram em frente à Secretaria de Estado da Administração (Sead) no dia 21 de junho, enquanto ocorria uma reunião com representantes da comunidade acadêmica, o chefe da Casa Civil e a reitoria da instituição. Os manifestantes acompanharam a reunião do lado de fora da Secretaria e denunciaram a população a situação de precariedade que vive a Uepa e as principais pautas do movimento grevista, que sofre com o corte de verbas e o descumprimento do acordo da greve de 2015, que inclui o reajuste salarial mínimo de 11,36%, realização de concurso público, atualização do Plano de Carreiras e ampliação do quadro de vagas para docentes. No dia seguinte a reunião (22), os docentes aprovaram em assembleia pela manutenção da greve.

No Mato Grosso, os docentes da Universidade Estadual do Mato Grosso (Unemat), junto com o conjunto da categoria dos servidores públicos estaduais, entram na terceira semana de greve. O movimento grevista realizou um ato na segunda-feira (20) em frente ao Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) de Alto Araguaia, em Rondonópolis, para apoiar os servidores do Instituto que estão sendo ameaçados de corte de ponto e demissão de servidores em estágio probatório. Em Cáceres, servidores públicos vêm realizando diversas marchas pelas ruas do centro para publicizar a sociedade a pauta de reivindicações. Eles cobram o cumprimento da Constituição Estadual por parte do governo do estado, que prevê a Recomposição Geral Anual (RGA), de 11,28%, a que todos servidores públicos estaduais têm direito. Os docentes lutam, também, contra a extinção da licença prêmio e por melhores condições de trabalho na Unemat.

No Piauí, os docentes da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) realizaram assembleia no dia 20 e decidiram manter a greve para pressionar decisão favorável do Tribunal de Justiça às demandas da categoria. Já no dia 21, os docentes da Uespi em greve ocuparam a Câmara de Vereadores de Campo Maior durante audiência pública sobre a universidade, na qual o governo estadual não compareceu. A greve, que iniciou em abril, exige a revogação imediata da Lei 6.772/2016 que engessa a carreira dos servidores públicos estaduais, a implantação imediata das promoções, progressões e mudanças de regime de trabalho – já publicadas no Diário Oficial do Estado -, além da garantia de melhorias estruturais na Uespi.

Já os docentes da Universidade Estadual do Amapá (Ueap), em greve desde 17 de março, decidiram manter sua paralisação em assembleia no dia 17 de junho. Eles exigem reposição salarial e melhorias na infraestrutura da universidade. Os servidores da Ueap também estão em greve.

Com informações de Sinduece-SSind, Asduerj-SSind, Adcespi-SSind, Sinduepa-SSind, Sindueap-SSind, Aduemg-SSind, Adusp-SSind, Adunemat-SSind. Imagem de Adcespi-SSind e Adusp-SSind

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Fonte: ANDES-SN