Em apoio às ações contra a retirada de direitos, aos ataques à educação e aos demais serviços públicos e o Fora Temer, estudantes de diversos cursos do campus de Goiabeiras, em Vitória, estão realizando rodadas de assembleias rumo à greve geral. Os discentes também estão debatendo a Projeto de Lei Complementar (PLC) 257 e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241.
“O objetivo das plenárias é intensificar a discussão sobre o ajuste fiscal e o desmonte da educação pública. Queremos realizar uma greve geral com todo comunidade acadêmica”, disse a estudante do curso de Letras Luana Figueiredo. Os estudantes também estão debatendo sobre a mobilização das manifestações do Fora Temer.
No curso de Serviço Social será realizada ainda esta semana uma aula pública com os discentes e professores. Segundo a estudante, Ana Silva, alunos e docentes abordarão os efeitos da possível aprovação da PLP 257 e a PEC 241, que intensificam a precarização dos serviços públicos.
“Estamos chamando os estudantes para discutirmos de forma coletiva o pacote de maldades do governo. As medidas poderão inviabilizar a continuidade dos serviços prestados a população, inclusive o acesso à educação”, destacou Ana. De acordo com ela, a população já está sentindo há algum tempo as consequências negativas desse processo de ajuste fiscal proposto pelo Governo, que usa o discurso da crise econômica para efetivar medidas de desmonte dos serviços públicos.
Para Jéssica Macedo, estudante de Psicologia, o cenário de caos favorece a construção da greve geral. “Fizemos uma reunião inter Centros Acadêmicos (CAs) e Diretórios Acadêmicos (DAs) do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN) e percebo que há muita disposição dos estudantes em participar da construção da greve”, frisa. Ela acrescentou que os alunos estão organizando uma série de ações de mobilização como palestras e debates.
Além do curso de Serviço Social, fizeram assembleias estudantis a Música, Jornalismo, Publicidade, Geografia, Letras, Pedagogia, História, Psicologia, Ciências Sociais e Filosofia.
PLC e PEC podem acirrar o sucateamento da universidade. As restrições de gastos propostas pelo PLC e a PEC terão efeitos nefastos na Ufes, como a paralisação de obras, o congelamento de salários, a estagnação dos auxílios estudantis, a manutenção de Bibliotecas e dos Restaurantes Universitários. Além disso, impossibilitará a criação de novas salas de aulas e laboratórios, dificultando ainda mais a permanência e o acesso de estudantes.
“Atrasos nas bolsas e auxílios estudantis, falta de papel higiênico nos banheiros, racionamento de feijão e até do suco que é servido no Restaurante Universitário são alguns dos reflexos dos cortes na educação”, enumera a estudante Jéssica.
Panfleto. A Adufes lançou no início deste mês, setembro, um panfleto com informações sobre os prejuízos que a universidade pública poderá amargar caso o Projeto de Lei Complementar (PLC) 257 e a Proposta de Emenda à Constituição(PEC) 241 sejam aprovados. O impresso, que faz um chamamento para luta coletiva, é direcionado aos estudantes. Leia o panfleto aqui.
Fonte: Adufes