Estudantes e servidores de cerca de 20 unidades do Ifes do Espírito Santo, mais 10 escolas da Rede Estadual e vários sindicatos, incluindo a Adufes, estiveram presentes em ato público que denunciou para a população capixaba, mais uma vez, os malefícios da Pec 241, a contrarreforma do ensino médio e escola sem partido.
A marcha que saiu da Pracinha de Jucutuquara, em Vitória, nesta segunda-feira (24) seguiu rumo ao Palácio Anchieta – no Centro, onde foi realizada aula pública, lecionada por milhares de estudantes do Espírito Santo que ocuparam as avenidas da capital. Na oportunidade, o
professor do Ifes, Antônio Henrique Pinto, que apresentou a aula também dialogou sobre a Medida Provisória 746, que estabelece “novas diretrizes e bases ara o ensino médio”, extinguindo a obrigatoriedade do ensino de várias disciplinas como sociologia e língua estrangeira, além de permitir que sejam contratados “profissionais de notório saber” para dar aulas “afins a sua formação”. A atividade fez parte do calendário Nacional de Mobilização e Paralisações.
A “PEC do desmonte”, que mobilizou estudantes, servidores públicos e movimentos sociais no ES e em todo país, especialmente das instituições públicas de ensino, com o objetivo de barrar um processo que busca precarizar e sucatear a educação. De acordo com o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto, as Universidades e Institutos Federais, devem ser os mais prejudicados pela medida, caso ela seja aprovada pelo Congresso Nacional. “A proposta está sob análise de Comissão Especial, e passa pelo segundo turno de votação na Câmara dos Deputados até o final de deste terça-feira (25), de onde segue seu trâmite para o Senado”, explicou Rocha.
Ocupações e a primavera secundarista. No final da tarde de ontem, os estudantes do Colégio Estadual decidiram ocupar o prédio da escola, ampliando o número de ocupações em todo o país. O Estadual é a quinta escola ocupada na Região Metropolitana, se somando à Escola Estadual Professor Agenor Roris, em Vila Velha; Escola Estadual Almirante Barroso, em Vitória; Escola Estadual Professora Maria Penedo (Polivalente), em Cariacica e Escola Rômulo Castelo, na Serra. No interior estão ocupados os campi dos Ifes de São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim. Em todo Brasil, já são mais de 1.500 ocupações.
Para o estudante do Ifes de São Mateus, Janilto Oliveira, as ocupações são instrumentos de luta dos estudantes às medidas intransigentes do governo Temer. “As ocupações são uma das formas legitimas de protestar contra a retirada de direitos e garantias sociais e envolve não só estudantes, mas também os servidores”, disse o estudante do curso de Mecânica Integrada. Ele acrescenta que os discentes que ocupam o Ifes não deixaram de se preparar para o Enem. “Temos aulas pela manhã, mas na parte da tarde desenvolvemos nossas atividades de formação”, lembrou.
Ato unificado. Estudantes, movimentos sociais e sindicatos caminharam juntos contra os ataques aos direitos e conquistas históricas. “Este ato público reforça as atividades de mobilização que estão acontecendo em todo país. A luta tem que ser coletiva e é por isso que estamos nas ruas de Vitória desde manhã, quando caminhamos até a Sedu”, diz o diretor do Sinasefe e um dos coordenadores do ato Clerio Lucas Guaitolini. Para ele, é preciso reforçar todas as ações que busquem dialogar com a população sobre as consequências da PEC 241.
Ato no INSS.Na manhã desta segunda, os trabalhadores realizaram outro ato contra a PEC 241 e a retirada de direitos, que também fez parte da programação deste dia nacional de lutas. A proposta é mobilizar o maior número de trabalhadores rumo à greve geral.
Fonte: Adufes