Professores da Ufes suspendem paralisação, mas mantém estado de mobilização permanente

Categoria avaliou positivamente o movimento paredista. Proposta de volta às aulas com reposição dos dias parados e sem corte de ponto será apresentada nesta quinta-feira, às 10 horas, à Pró-Reitoria de Graduação (Prograd).

Após 29 dias de paralisação, os docentes da Ufes decidiram nesta quarta-feira (14/12), encerrar faixa greve docenteo movimento paredista, porém continuarão em estado de greve. Esta ação visa fortalecer o processo de luta e resistência contra as medidas do governo Temer que atacam os trabalhadores e o serviço público. A plenária, realizada na sede da Adufes (campus de Goiabeiras/Ufes), em Vitória, durou cerca de 3 horas, com ampla avaliação da conjuntura nacional e do movimento local.

Não ao corte de ponto! Após reunião na Pró-Reitoria de Gradução (Prograd), marcada para esta quinta-feira, a Adufes e o Comando Unificado de Greve irão encaminhar ao reitor Reinaldo Centoducatte e ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) a proposta de reposição do Calendário Acadêmico tendo como garantia o não corte de ponto. “Historicamente, ao fim das greves, discutimos a reposição das aulas sem perdas para os discentes”, disse o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto.  

mesa assembleia greveO professor lembrou que nunca houve cortes de ponto, porém as tentativas de desmobilizar e criminalizar o movimento paredista são muitas e cada vez mais judicializadas. E, caso o reitor insista em cortar os dias parados, a Assembleia deliberou pela não reposição das aulas. O calendário aprovado pela categoria propõe repor as aulas a partir de 1° de fevereiro de 2017.

Outras deliberações. Os professores também decidiram transformar o Comando Local de Greve em Comando de Mobilização Permanente, significando com isso que os processos de luta e resistência vão continuar. “O Senado aprovou nessa terça-feira, a PEC do ‘fim do mundo’. Foram 53 votos a favor e 16 contrários na segunda votação. Por apenas quatro votos essa PEC não foi vetada”, destacou um docente.  

Na avaliação da categoria, a aprovação da PEC representa um dos maiores ataques aosMarlene assembleia direitosda população, em especial das pessoas que utilizam os serviços públicos. Os docentes lembraram também que as ocupações nacionais promovidas pelos estudantes secundaristas e universitários, e a greve na Educação cumpriram papel importante na luta contra as medidas que inviabilizam o direito ao desenvolvimento socioeconômico do país.

A nossa resistência contra a PEC 55 não foi em vão. Permanecemos em estado de mobilização, pois são muitos os ataques promovidos pelo governo contra os trabalhadores”, lembrou o presidente da Adufes. Entre outras medidas de ajuste fiscal, ele citou a Reforma da Previdência (PEC 287/2016) que foi encaminhada no ultimo dia 5 ao Congresso Nacional.

Contra a pec 746Ocupações. A plenária também decidiu que as alterações no Calendário Acadêmico devem atender às especificidades das ocupações estudantis. O movimento dos alunos teve início em 24/10, e abrangeu sete Centros da Ufes.

“Os discentes das ocupações não podem ser punidos. Eles têm direito as aulas e as avaliações”, defendeu outro docente na plenária. Segundo ele, é preciso garantir aos estudantes o direito de fazer provas, inclusive àquelas que foram aplicadas por professores que “furaram” a Greve Unificada.

Outras fotos da plenária

 

Fonte: Adufes