UFU volta a cobrar mensalidade nos cursos da pós-graduação latu sensu

 De forma antidemocrática, a administração da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) voltou a cobrar, no mês de junho, mensalidade nos cursos de pós-graduação latu sensu. A decisão, que não passou pelas instâncias deliberativas da instituição, desrespeita a resolução nº 07/2016 do Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação (Conpep) da universidade, que estabelece normas gerais para a criação, organização e alterações relativas aos cursos de pós-graduação.
 
Desde 2012, a UFU estava proibida de ofertar cursos devido a irregularidades constatadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Entretanto, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), firmado junto ao MPF, permitiu à universidade oferecer esses cursos com taxas de mensalidades, deixando novamente de ser uma instituição totalmente pública. 
 
Segundo Jorgetânia Ferreira, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Uberlândia (Adufu – Seção Sindical do ANDES-SN), a comunidade acadêmica da UFU foi surpreendida pela decisão. “Não participamos desta decisão, a administração não fez a discussão coletiva no interior da universidade. Soubemos da mudança através das propagandas, por meio de outdoors, dentro da UFU, o que só reafirma que a medida já estava sendo orquestrada”, criticou.
 
A presidente da Adufu SSInd. informou que docentes, técnicos e estudantes irão se reunir, em breve, para discutir ações de enfrentamento contra a medida e em defesa da educação superior pública e 100% gratuita, conforme garante a Constituição Federal. “A UFU está abrindo mão da sua autonomia para favorecer os setores privados. Lamentamos, pois sabemos que isso enfraquece a perspectiva de uma universidade pública, gratuita e democrática e favorece os interesses privatistas da educação”, completou a docente. Confira nota conjunta da diretoria da Adufu SSind. e do Sintet UFU.

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