Docentes debatem Lgbtfobia no ambiente acadêmico e sindical em curso de formação

Docentes de diversas regiões do país participaram  da terceira etapa do Curso Nacional de Formação Política e Sindical do ANDES-SN 2017, que teve como temática “LGBTfobia, luta de classe e revolução”. A atividade ocorreu em Belo Horizonte (MG), no último fim de semana.

Organizado pelo Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GTPFS) do Sindicato Nacional, o Curso deste ano teve como tema central “Movimentos Sociais: exploração, opressão e revolução” e é uma deliberação do 36° Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro, em Cuiabá (MT).

Segundo Cláudio Ribeiro, 2º vice-presidente da Regional Rio de Janeiro e da coordenação do Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical do ANDES-SN, a avaliação dos participantes em relação à terceira etapa foi muito positiva. O curso contou com debates como “Gênero e Sexualidade: dois conceitos, diversas lutas”, “Diferentes identidades vinculadas ao movimento LGBT”, “História dos movimentos no Brasil”, “A discussão de Gênero e Sexualidades no ANDES-SN: GTPCEGDS e demais GTs”, “Luta de classes, trabalho e cidadania” e “Enfrentamento às violências e a Luta Sindical: De que Revolução Estamos Falando?” e ainda a performance da drag queen Nadja Kai Kai.

“O debate foi sobre como se pensa essas pautas de forma articulada. Foi um curso de formação e ao mesmo tempo de muita reflexão e que trouxe também uma interação muito forte com o tema. A discussão passou desde um entendimento mais intenso sobre a organização dessa pauta, ou seja, a questão de identidade, expressão de gênero, e como a temos lidado com isso, e ainda como isso tem afetado não só a vida docente, mas acadêmica como um todo”, contou Cláudio.

Segundo o diretor do ANDES-SN, a apresentação Nadja Kai Kai, que foi preparada especificamente para o curso, contribui também aprofundar a reflexão, em especial sobre a questão da violência em relação ás pessoas trans.

“No domingo, fechamos o debate constituindo um pouco a questão do ‘escola sem partido’, essa relação de gênero e também a presença dos corpos na universidade. Como que essa negação de uma pluralidade de corpos também está se encaminhando para uma negação total da existência das relações universitárias, através do ensino a distância, do ‘escola sem partido’, passando também pela questão do financiamento e a relação com a pauta lgbt, mostrando como que temos que pensar de uma forma articulada, não só a questão da própria expressão de gênero como também usar essa metodologia para pensar as pautas sindicais”, explicou.

Ainda de acordo com Ribeiro, a próxima e última etapa do Curso Nacional de Formação Política e Sindical do ANDES-SN 2017 abordará a questão quilombola e deve acontecer até dezembro.

A primeira etapa do Curso Nacional de Formação Política e Sindical ocorreu em março na cidade de Fortaleza (CE) e teve como tema “Mulheres, opressão pelo viés de classe na perspectiva revolucionária”. Já a segunda etapa aconteceu em Dourados (MS), no mês de agosto, com a temática “Indígenas, opressão pelo viés de classe na perspectiva revolucionária”.

Fonte: ANDES-SN