Debate sobre políticas afirmativas reúne comunidade acadêmica da Ufes

Com o tema “Políticas Afirmativas e Saberes das Diversidades” o evento realizado nesta terça-feira (28), no campus de Goiabeiras, em Vitória, teve como objetivo disseminar e debater a temática visando aprofundar as discussões   para a I Conferência e Ações Afirmativas da Ufes.  Os debatedores avaliaram a trajetória de uma década de implantação das ações afirmativas na universidade, mostraram o longo caminho percorrido e destacaram, ao mesmo tempo, a urgência da implantação de políticas mais efetivas no ambiente universitário.

O diretor da Adufes, Leonardo Dutra, participou da mesa de abertura e ressaltou a importância da fase preparatória e também da I Conferência, prevista para ocorrer no primeiro semestre de 2018. “Neste momento em que é crescente a onda homofóbica, racista, de conflitos e intolerâncias  no país, temos que ter a capacidade crítica de compreender nossos próprios preconceitos e superá-los. É preciso refletir acerca das ações desenvolvidas nos âmbitos da inclusão e da acessibilidade das pessoas com deficiência, da identidade de gênero e diversidade sexual, da vulnerabilidade social e das relações étnico-raciais dentro desta universidade”, destaca, ressaltando que as ações afirmativas existentes são resultado da luta política dos movimentos organizados.

Também para Nayara Oliveira Francisco, do Coletivo Estudantes Negras e Negros, mediadora da Mesa “Dez anos de Ações Afirmativas na Ufes em questão: problematizando o percurso e os avanços necessários”, o Brasil é um país racista e negar essa afirmação é ignorar a grave situação de preconceito social e racial. “Temos muito que avançar e, mais do que o acesso ao ensino, é preciso garantir a permanência de alunas/os negros e pobres ”, disse.

Outra contribuição importante veio do professor Jesio Zamboni, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Sexualidade- Gepz/Ufes) que destacou a necessidade de pensar na sociabilidade dentro e fora dos muros da universidade. Para ele, as ações afirmativas vão além do sistema de cotas sociais e raciais. “Não se trata apenas em pensar em inclusão, isso é só o começo, pois a inclusão por si só não garante a permanência. A pergunta que precisamos fazer é: que universidade queremos? esse tem que ser o mote deste debate”, cobrou.

Acessibilidade. Douglas Ferrari, do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação Especial – Neesp/Ufes), fez um breve histórico sobre a luta coletiva em torno da acessibilidade na Ufes, e em seguida destacou que a instituição precisa preparar – não só em estrutura, mas também pedagogicamente – para atender as pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. “É fundamental a formação continuada dos docentes e técnicos, a eliminação das barreiras arquitetônicas (mesmo nas novas construções). Precisamos de bibliotecas e livros acessíveis e em vários formatos, e que a universidade garanta a ampliação e melhore a acessibilidade digital nos cursos”, cobrou Ferrari, que tem deficiência visual.

O evento contou com a presença do pró-reitor de Assuntos Estudantes e Cidadania, Gelson Silva Junquilho; e da pró-reitora de Graduação, Zenólia Figueiredo; do diretor do Departamento de Ações Afirmativas e Diversidade da Pró-Reitoria de Assustos Estudantis e Cidadania (Proaeci), Gustavo Forde; da representante do Comitê Político Acadêmico da 1ª Conferência de Ações Afirmativas,  Danielen Brandão; da representante da Comissão Organizada da Primeira Conferência, Marcela Chagas; da representante da Sociedade Civil Organizada e membro do Observatório Capixaba de Juventude, Lula Rocha; e do representante da Sociedade Civil Organizada, Fábio Coutinho;  do representante da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), Leonardo Dutra; da representante do Sindicato dos Servidores da Ufes (Sintufes),  Luar Santana de Paula; e do representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Jean Lucas; entre outros.

Fonte: Adufes