Protesto pede apuração de casos de assédio sexual na Ufes


Com manifesto e cartazes nas mãos e repetindo palavras de ordem “a nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria”, um grupo de manifestantes percorreu o campus de Goiabeiras para denunciar a violência e assédio sexual na instituição e pedir rigor na apuração de fatos dessa natureza. O protesto, ocorrido nessa quarta-feira (23), teve o apoio de docentes e técnico-administrativos que acompanharam também o ato.

“Os estudantes estão mobilizados porque parece que tem vários casos de violência contra a mulher dentro da universidade.   É importante chamar a comunidade universitária para que denuncie e que esse tipo de crime não fique impune”, disse a professora Sônia Maria Dalcomuni, do Centro de Ciências Jurídicas e Exatas (CCJE).  

A estudante Clara Tackea, do Coletiva Geni – Mulheres do Direito Ufes -, garantiu que muitas vítimas ficam em silêncio por medo. “São vários os relatos de alunas sofrendo assédio por parte dos servidores, principalmente de docentes, mas as investigações nunca vão para frente”, denunciou.

Queixas na reitoria.   Depois de percorrer o campus, os/as manifestantes estiveram no prédio da reitoria, e por meio de um jogral, informaram a causa do protesto e o que com ele pretendiam. “Basta deste silêncio”, gritaram os manifestantes, expondo também a violência diária contra milhares de mulheres no Espírito Santo. “O feminicídio aumentou 21% em relação ao ano de 2016 e representa 10% dos assassinatos notificados”, narrou uma das lideranças. O ES ocupa o 5º lugar no ranking nacional da violência contra a mulher e lidera o ranking de mortes quando de trata de mulheres negras. Estudos apontam que somente 10% de violência sexual, chegam a ser registrados”, bradou.

Batizado de “Afasta de mim este Cale-Se: NÃO à violência contra mulher na UFES”, o evento foi organizado por alunos dos cursos de Direito, Serviço Social, Artes Visuais e Gemologia.

Fonte: Adufes