Parlamento aprova reforma da Previdência na Argentina em meio a intensos protestos

Na semana passada, a votação chegou a ser suspensa depois dos atos convocados por centrais sindicais que reuniram milhares de manifestantes em frente ao Congresso argentino.

Após 17 horas de debate legislativo e repúdio popular massivo nas ruas de Buenos Aires, que contou com a ação truculentaPolcia Buenos Aires das forças policiais argentinas contra os trabalhadores foi aprovada a Reforma da Previdência por 128 votos a 116, na manhã desta terça-feira (19).

Assim como no Brasil, a Argentina também parece ter voltado aos anos 1990, principalmente após a vitória eleitoral de Macri nas eleições parciais de outubro. Os setores neoliberais dominam a política nacional e entre seus principais projetos estão um pacto fiscal, uma reforma da previdência e trabalhista.

O governo que não tem a maioria no Senado, obteve a votação pelo acordo com setores peronistas de oposição que são cúmplices do ajuste fiscal de Macri. Contrários à proposta, centrais sindicais e trabalhadores protestam há dias nas ruas da capital argentina.

Mulheres panela Buenos airesContrarreforma da Previdência e ajuste fiscal. A reforma previdenciária proposta pelo governo altera o critério de atualização dos benefícios de aposentados, pensionistas, pessoas com deficiência e beneficiários de programas de renda mínima. 

Para aplicar esse projeto, o empreário e presidente Macri realizou um “pacto federal” com praticamente todos os governadores, incluindo os da oposição peronista e a governadora Alicia Kirchner. O pacto, chamado de “consenso fiscal” prevê uma Lei de Responsabilidade Fiscal que limita os gastos dos governadores, uma renegociação das medidas judiciais dos fundos de coparticipação dos Estados em relação ao governo federal, entre outras medidas, em troca do apoio às contrarreformas no congresso.

A lei pretende modificar a fórmula de cálculo para as atualizações das pensões e elevar a idade de aposentadoria, Manifestante ocupa Brasilia temerde maneira opcional, de 65 para 70 anos para os homens e de 60 para 63 anos para as mulheres. Estima-se que a modificação no cálculo das pensões atingirá 17 milhões de argentinos. 

Para o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto, a reforma da previdência Argentina é muito parecida com a brasileira.“ Querem retirar direitos dos trabalhadores com a intenção de economizar dinheiro para pagar a dívida pública”, disse indignado. Ele destacou que é importante dar continuidade as mobilizações, greves e atos unificados no Brasil, em 2018, para que a contrarreforma não seja votada. “Não daremos trégua ao governo golpista e corrupto”.

*Com informações da Esquerda Online

Fonte: Adufes