Movimentos protestam contra aumento abusivo da passagem de ônibus na Grande Vitória

O reajuste foi acordado entre o governador, Paulo Hartung (PMDB) – conhecido como “Baianinho da Odebrecht”, e o SETPES, no dia 12/01.

O primeiro ato contra o aumento da tarifa do transporte público em Vitória, organizado pelo Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE), reuniu dezenas no início da noite dessa quinta-feira (18), em frente à Assembleia  Legislativa/ES, na Enseada do Suá. Estudantes e trabalhadores/as são contra o reajuste de 6,25% da tarifa, fazendo com que a passagem de R$3,20 custe agora R$ 3,40.

Para o DCE, o aumento de 20 centavos neste ano vai estimular grandes protestos. “Em 2013, o movimento organizou os atos que se tornaram conhecidos como Jornadas de Junho e levaram ao recuo do aumento em decisão conjunta tomada pelo governo e empresas de transporte público”, lembrou Izabella Mamedi, integrante do DCE e uma das organizadoras do ato.

De acordo com ela, a mobilização popular contra o aumento da tarifa é essencial para barrar retrocessos. “O que a gentecorrente contra aumento percebe todos os anos é que se o aumento da tarifa não for barrado, haverá um incentivo aos outros ataques a quem é mais pobre”, afirmou, salientando que esse é o primeiro de muitos atos que certamente ocorrerão em 2018.

A estudante destacou ainda que, diante da conjuntura política, as mobilizações contra a tarifa pode influenciar o debate sobre a Mobilidade Urbana como mecanismo de concretização do direito à cidade. “O aumento na tarifa é abusivo e prejudica os/as trabalhadores/as e estudantes. E ele não vem acompanhado da melhoria do sistema de transporte público e tampouco a acessibilidade a diferentes áreas da cidade”, disse Izabella Mamedi, frisando a importância dessa discussão.

Para Maria da Costa, zeladora, que acompanhou a filha secundarista no ato, a atividade teve o objetivo de mostrar os impactos negativos do aumento para a população, já afetada pela crise econômica e pelo crescimento do desemprego, que fechou em 12% no último trimestre de 2017.

“Enquanto o governo e as empresas se importam somente com o lucro, cada vez que a tarifa sobe, aumenta o número de pessoas excluídas do transporte público”. Indignada, ela ainda pontuou que a população está passando mais tempo em casa, sem direito à cultura e ao lazer, porque não tem condições de pagar pelo preço da passagem para se locomover.

Fonte: Adufes