Nova ministra do trabalho tem processos por calote trabalhista e posse é suspensa

A nova ministra do Trabalho indicada pelo governo Temer, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), teve sua posse no cargo, marcada para esta terça-feira (9), suspensa pela justiça por seu envolvimento em diversas ações trabalhistas.

Caso a ministra tome posse, a classe trabalhadora poderá ver aplicada na esfera pública seu modus operandi, cujo histórico de processos trabalhistas fala por si. Cristiane não teria assinado a carteira e nem pago direitos trabalhistas de pelo menos dois motoristas que eram seus funcionários, em que a carga horária chegava a 15 horas por dia. Em um dos casos, a deputada fechou um acordo para reconhecer o vínculo e pagar R$ 14 mil ao trabalhador. Em outro, foi obrigada a pagar R$ 60 mil ao prestador de serviço.

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Outra funcionária dela, Aline Lucia de Pinho, também a processou por irregularidades em sua contratação. Segundo denúncia feita pela trabalhadora, ela teria sido contratada pela prefeitura do Rio, mas alegou ter trabalhado como motorista e prestado serviços particulares para Cristiane, o que se configura desvio de verba de gabinete para fins pessoais.

Na decisão liminar, o juiz Leonardo Couceiro da 4ª Vara Federal de Niterói (RJ) avaliou haver indícios de que a escolha de Cristiane para a pasta “fere princípios da administração pública” e foi considerada “flagrante desrespeito à Constituição Federal” “quando se pretende nomear para um cargo de tamanha magnitude, ministro do Trabalho, pessoa que já teria sido condenada em reclamações trabalhistas”, relatou.

Apesar dessa enxurrada de ações trabalhistas contra a que seria ministra do Trabalho, várias outras liminares estão sendo encaminhadas por juízes de outras instâncias com negativas à suspensão.  A Advocacia-Geral da União (AGU) também já entrou com recurso no Tribunal Regional Federal da 2.ª Região contra a suspensão da posse da deputada federal.

Por isso, nenhuma confiança na justiça, que pode a qualquer momento decidir favoravelmente a sua posse. A deputada é filha de Roberto Jefferson, preso no mensalão. O deputado é também um dos principais articuladores para que a bancada de deputados vote a favor da Reforma da Previdência. Outro ponto que mostra que Cristina não brinca em serviço e faz jus ao ditado popular “filha de peixe, peixinho é”.

“É vergonhoso que o Ministério do Trabalho seja transformado em um verdadeiro balcão de negócios para que a reforma da Previdência seja aprovada. É preciso que o movimento sindical e as centrais repudiem energicamente essa nomeação e lutem contra esse mar de corrupção. Vamos fazer uma greve geral para barrar essa ministra caloteira, assim como por para fora Temer e os corruptos do Congresso”, reiterou o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

*Com informações do Uol e Exame

Fonte: Andes-SN