Em Nota de Repúdio, o Sindicato Nacional repudiou a agressão vivenciada pela sua seção sindical (Adufrj), pela comunidade acadêmica da UFRJ e pelos movimentos sindical e social. “Esse episódio se soma ao conjunto de ataques aos direitos sociais, às expressões culturais, à autonomia e liberdade acadêmica que têm se exacerbado nestes últimos tempos de crise política e ética, materializada nas principais figuras da quadrilha que ocupa o poder Executivo”, diz o texto.
Queixa contra o ato de vandalismo foi apresentada na segunda (5). No mesmo dia, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) convocou uma reunião para debater sobre a situação de intervenção militar no Rio. “Inverter a intervenção” era a frase escrita na peça gráfica que estampava o desenho de um soldado militar sendo revistado por uma criança de uniforme escolar. A arte estava afixada no muro da antiga casa de festas, o Canecão, no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, quando foi arrancada por um homem não identificado no sábado (3).
A faixa criticava a intervenção militar no estado fluminense e havia sido instalada na última quinta-feira (1º) pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Adufrj-Seção Sindical do ANDES-SN) com o apoio das entidades representativas dos técnico-administrativos e estudantes, além do ANDES-SN que divulgou nesta terça-feira (6) uma nota em repúdio à depredação da faixa.
O desenho foi elaborado pelo caricaturista e diretor de arte André Hippertt e é uma versão da famosa ilustração, que fica em um muro de Israel, do artista urbano e ativista político Banksy. No desenho original, o soldado israelense é revistado por uma garota palestina.
No sábado, logo após ao ato de vandalismo, a Adufrj SSind. divulgou uma nota em repúdio a ação: “Ações como essa mostram que a Inversão da Intervenção, mais do que necessária, é urgente para reconstituição de nossa democracia. Intolerantes não passarão. Paz e democracia”, diz o texto da seção sindical do ANDES-SN. Na segunda-feira (5), a presidente da Adufrj-SSind., Maria Lúcia Werneck, apresentou uma queixa à 10ª DP, em Botafogo, contra o ato de vandalismo.
Mariana Trotta, 1ª tesoureira da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, critica a ação violenta. “Foi uma demonstração de violência contra o movimento sindical, os movimentos sociais e a universidade. É necessário manter a mobilização e seguir denunciando os efeitos perversos dessa intervenção militar, além de fazer uma reflexão crítica sobre os problemas que a intervenção já está causando no estado, em especial para os moradores da periferia”, comenta a docente.
Intervenção Militar
Desde quando foi anunciada, pelo Governo Federal, a intervenção federal militar na segurança pública do Rio de Janeiro vem sofrendo diversas críticas, principalmente, pela atuação do Exército que tem fichado os moradores das comunidades da Vila Kennedy (VK) e entorno reforçando ainda mais a segregação de classes e racial no Rio de Janeiro
Ainda na segunda, a reitoria da UFRJ convocou uma reunião para contribuir com as atividades de enfrentamento à intervenção militar no Rio. Na terça-feira (13), às 17h30, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), será lançada uma Frente Contra a Intervenção Militar. A frente está sendo organizada por movimentos sociais, sindicais e populares, como a Federação de Favelas e o ANDES-SN.
Com informações e imagem de Adufrj SSind.