“Mulheres de luto na luta” denunciam violência nas ruas de Vitória

Debaixo de forte chuva, centenas de manifestantes capixabas protestaram no Dia Internacional de Luta da Mulher  – 8 de março -, contra o feminicídio e as Reformas de Temer. Também denunciaram as diversas formas de opressão e violência que estão submetidas cotidianamente. Veja aqui as fotos 

Com faixas, cartazes e performances artísticas, os movimentos do campo e da cidade se concentraram na Praça deFixa mukheres me luta Jucutuguara e seguiram em caminhada até o Palácio Anchieta/Vitória. A comunidade acadêmica da Ufes também se somou à luta e juntas percorreram as avenidas Vitória e Jerônimo Monteiro. O evento foi finalizado nas escadarias do Palácio Anchieta, no Centro.

Caminhada 8 de maroDurante todo o percurso, as mulheres fizeram intensa panfletagem e abordaram os/as trabalhadores do comércio, transeuntes e curiosos. “Mulheres do mundo inteiro ocuparam ruas e praças para dizer basta de violência, de feminícidio e de machismo”, disse Pollyana Pazolini, do Fórum de Mulheres do ES, uma das entidades organizadoras do ato.

No Brasil, além de Vitória, todas as capitais realizaram atividadesMML programadas pelos movimentos sociais e feministas. No mundo, cerca de 50 países aderiram ao movimento, o que inclui grande parte da América Latina. Batucada, dança de rua apresentada por jovens do Museu do Negro, canções de “desordens” e muita alegria deram tom colorido à atividade.

cHARLES CHAPLIN 8 DE MAROMulheres de luto em luto. Na frente do ato, um grupo vestido de preto e com velas exibiu a faixa “8M – Mulheres de luto em luto”. Até o Charlie Chaplin com uma rosa vermelha aderiu à ala. Segundo Paula Brasil, do Sindicato dos Enfermeiros, o governo Paulo Hartung não tem priorizado os investimentos em políticas públicas para o combate à violência contra a mulher.

“E a violência só vem aumentando no estado. É inegável que os números refletem o machismo crescente na sociedade. E é essa ideologia que naturaliza e justifica a violência contra as mulheres. Mas o que pouca gente diz é que a falta de políticas públicas agrava a situação”.

A Lei Maria da Penha, por exemplo, tem se mostrado pouco eficaz porque a estrutura para sua aplicação é limitada. Atualmente, no ES há poucas delegacias e as que existem estão sucateadas. Além disso, a Casa Abrigo Estadual “Maria Cândida Teixeira” (CAES) funciona precariamente.

Contrarreforma é uma ameaça à aposentadoria rural. No ES, as agricultoras de diversos municípios também participaramAugusta mulhere agricutura do ato público e ressaltaram a importância de anulação da Reforma da Previdência. “Os trabalhadores e trabalhadoras rurais foram incluídos na Previdência Social na Constituição 88, o que representou uma profunda transformação no padrão de proteção social”, garantiu a coordenadora da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Espírito Santo (Fetaes), Maria Augusta Buffolo.

Faixa pelo fim da violnciaEla explicou que a mudança beneficiou, sobretudo, as mulheres que têm tripla jornada de trabalho: manutenção da casa, do espaço rural em torno do lar e da produção que gera renda para a família. Essa foi a razão pela qual a aposentadoria das trabalhadoras rurais foi fixada em 55 anos de idade.

A Reforma da Previdência, proposta por Temer, acaba com essa regra, aumentando a idade para 65 anos e tempo mínimo de contribuição de 25 anos para a aposentadoria. “Isso significa excluir do sistema da Previdência boa parte da população rural, especialmente as mulheres”, denunciou Maria Augusta, frisando que as trabalhadoras rurais irão continuar nas ruas lutando contra a Reforma ato do dia 4 imagem oda previdência.  

Ato cultural. No domingo, 4, houve apresentações musicais, roda de conversa sobre mulheres encarceradas, sarau de poesia, oficinas, teatro do oprimido e outras manifestações político-culturais para debater o machismo e o feminicídio. O evento que ocorreu no parque Moscoso, emVitória, também a exposição do livro “Vem ni mim Lili demorada”. A atividade foi organizada por mulheres de diversos sindicatos e movimentos populares do ES.

Fonte: Adufes