A atividade, que foi realizada no cine Metrópolis, fez parte das homenagens de aniversário da Ufes
A abertura do evento “Os desafios da educação superior pública no Brasil” foi marcada por diversas falas em defesa da resistência e unidade da comunidade acadêmica frente às políticas de cortes do governo Temer. O vice-presidente da Adufes, Ricardo Behr, destacou os ataques nos orçamento da universidades.
“Os recursos não cobrem todas as despesas, atingindo principalmente os estudantes que ficam com sua alimentação, bolsas e auxílios comprometidos”, disse, lembrando que também estão prejudicados os técnico-administrativos e professores que têm suas condições de trabalho precarizadas. “É importante que seja fortalecido a unidade na luta contra esse processo de ataque à universidade pública”.
Izabela Mamedi, representando o Diretório Central dos Estudantes (DCE), ressaltou a necessidade da realização da estatuinte. “Para discutir novas normas para a universidade é preciso que seja levada em consideração à autonomia universitária. Esse deve ser um espaço para debater a Ufes que queremos ante ao quadro crítico”, defendeu.
O coordenador do Sintufes, José Magesk, enfatizou os ataques aos trabalhadores na universidade. “Recentemente, de forma arbitrária a administração atacou a flexibilização da jornada de trabalho – de 30 horas, trazendo sérias complicações a nossa categoria”, criticou, acrescentando ainda que quem atua para ‘defender e valorizar a instituição’ não pode tomar ações como esta, sobretudo sem aval do Conselho Universitário.
Conferência rebate críticas do Banco Mundial. No evento, o professor e assessor especial da Universidade Federal de Goiás (UFG) Nelson Cardoso do Amaral, que esteve na Ufes nessa quinta-feira (3), questionou as medidas propostas pelo Banco Mundial para o ensino superior público. Ele contestou afirmações como a de que estudantes das universidades federais pertencem aos extratos de renda mais elevados. “Uma pesquisa realizada pela Andifes mostra, por exemplo, que 51,42% dos estudantes das universidades públicas federais pertencem a famílias com renda de até 3 salários mínimos”, afirmou.
EC 95 e congelamento em investimentos em educação. Ele destacou ainda que as universidades e os institutos técnicos federais vivem um momento de cortes. Todas as dificuldades que o país está tendo atualmente com a crise economia refletem nas instituições. “É um momento muito crítico, difícil para as universidades e há por trás disso, sem sombra de dúvidas, o espectro da Emenda Constitucional 95, que congela os recursos do poder executivo durante 20 anos”, citou Nelson.
Fonte: Adufes