O descontentamento com os baixos salários, a precariedade nas condições de ensino e com os ataques dos governos tem levado professoras, professores e trabalhadores em Educação das redes municipais e estaduais a pararem em várias regiões. Atualmente, ao menos em três capitais e um estado do país há mobilização.O descontentamento com os baixos salários, a precariedade nas condições de ensino e com os ataques dos governos tem levado professoras, professores e trabalhadores em Educação das redes municipais e estaduais a pararem em várias regiões. Atualmente, ao menos em três capitais e um estado do país há mobilização.Essas categorias estão indo à luta, realizado paralisações, greves e atos e se enfrentando com governos intransigentes às suas pautas e autoritários, sendo muitas dessas manifestações reprimidas pela polícia.
Em Belo Horizonte (MG), depois de uma forte greve realizada no mês passado pelos trabalhadores da rede da educação estadual, agora são as trabalhadoras da rede básica de ensino (Educação infantil) que estão em greve há mais 15 dias e exigem equiparação salarial e carreira única entre profissionais da rede básica e ensino fundamental.
Também os professores municipais de Natal (RN) e trabalhadores da rede estadual de ensino no Pará estão à frente de greves por direitos. No Rio de Janeiro (RJ), os trabalhadores em Educação no município também estão convocando uma paralisação de 24 horas para esta quinta-feira (10).
Em Recife, os docentes do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) também estão com indicativo de greve para sexta-feira (11). Os servidores municipais de Florianópolis (SC) estão à frente de uma forte paralisação, sobretudo nos segmentos de Educação e Saúde, que dura mais de 20 dias. Os trabalhadores da rede municipal de ensino de Fortaleza (CE) também estão em greve desde o dia 18 de abril.
Trabalhadores da Educação infantil de BH contra a repressão e por carreira única. Os trabalhadores da Educação infantil de Belo Horizonte, organizados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (SindRede-BH ), filiado à CSP-Conlutas, estão em greve desde o dia 23 de abril e reivindicam carreira única para todos os trabalhadores. Essas trabalhadoras (res) reclamam da diferença salarial entre professores da rede infantil e da rede de ensino fundamental. Na rede básica, o salário é de R$ 1.400 e na rede de ensino fundamental é de R$ 2.200.
Nesta terça-feira (8), aconteceu uma reunião de negociação com a Prefeitura de Belo Horizente sobre a pauta geral da Educação, entregue ao governo no dia 9 de fevereiro de 2018, mas sem nenhuma avanço. Ficou agendada uma nova reunião para o dia 16 de maio.
Esses profissionais têm realizado manifestações em frente à Prefeitura em protesto, e sua luta tem sido encarada pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS) e pelo governador Fernando Pimentel (PT) como caso de polícia. Ao invés de diálogo, a categoria enfrenta a repressão dos governos, que chegaram a levar presos duas lideranças do Sindicato, em manifestação realizada no primeiro dia de greve.
Atitudes de truculência, que só têm fortalecido a greve que conta com cerca de 90% adesão da categoria. Professores, auxiliares, trabalhadores do Caixa Escolar e estudantes se somam a essa luta.
Após muita mobilização, os profissionais chegaram a ser recebidos pelo prefeito que apresentou uma proposta. No entanto, o Sindrede-BH informou que o oferecido está aquém da proposta de carreira única, que inclusive foi promessa de campanha eleitoral do atual gestor.
A greve continua e uma nova assembleia está marcada para esta quarta-feira (9). Neste dia, a categoria deverá paralisar totalmente suas atividades para participação na Assembleia Geral da Educação. A ação será fortalecida pelos servidores municipais das demais áreas, que irão realizar assembleia. “Precisamos construir um forte campanha e greve para forçar Kalil a atender nossas demandas. Essa luta deverá construída com atos unificados com os demais servidores da cidade”, salienta em nota o Sindrede-BH. Entre as principais reivindicações deste segmento está a equiparação da carreira com a de professores do ensino fundamental e reajuste salarial.
No Pará, professores estão em greve pelo Piso Nacional. Em greve desde o dia 2 de maio, os professores da rede estadual do Pará estão em luta não apenas pelo reajuste salarial, mas para que no Estado se cumpra o Piso Nacional da Educação. Esses trabalhadores são os que têm menor remuneração em todo país.
O Ministério da Educação estabeleceu o piso a ser pago para os professores com jornada de 40 horas semanais de R$ 2.455,35. No entanto, o piso pago é referente ao ano de 2015, no valor de R$ 1.927. Um abismo de desigualdade sentido nos bolsos desses trabalhadores.
“Estamos há três anos sem receber o piso salarial nacional dos professores, e aqui o PSDB governa há quase 20 anos. A greve vem em uma crescente, se enfrentando com o governo, que foi para a mídia pedir para que os servidores não parassem. Essa greve é ampla e também abarca outros setores do funcionalismo. O governo deu 3% de reajuste linear, sem dialogar, o que revoltou a categoria e, por isso, há um sentimento de luta de mobilização que aumenta a cada dia”, destacou Abel Ribeiro, diretor do Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará) e também integrante da CSP-Conlutas Pará.
Nesta terça-feira (8) haverá um ato público com pedido de audiência ao governador Simão Jatene (PSDB) e a luta dessa categoria continua. Na quinta-feira (10) tem um novo ato como parte do calendário de luta da greve.
Em Natal (RN), greve dura mais de um mês. Os professores de Natal (RN) estão em greve desde 21 de março, exigindo a correção de 6,81% do Piso Salarial de 2018, melhores condições de trabalho, reformas nas escolas e o pagamento de direitos negados, como o retroativo do Piso 2017 para os aposentados, entre outras demandas. A pauta de reivindicações tem 37 pontos de exigências. Os educadores (as) realizarão uma assembleia nesta quarta-feira (9) para definir os rumos da greve.
No Rio, paralisação de 24 horas. Os profissionais em Educação da rede municipal do Rio de Janeiro realizarão uma paralisação de 24 horas na próxima quinta-feira (10), com assembleia às 9h, com passeata até a Prefeitura. As trabalhadoras(es) reivindicam melhores condições de trabalho e reajuste salarial.
O Movimento Mulheres em Luta (MML) divulgou uma série de vídeos em apoio à paralisação desse segmento composto majoritariamente pelo sexo feminino. “Há um massacre na rede municipal da Educação do Rio com os agentes educadores, para se ter uma ideia eles nem aparecem no site da prefeitura, e suas condições de trabalho são péssimas. O governo não faz curso, nem paga gratificação aos secretários escolares, sendo que muitos cumprem além de suas tarefas”, salientou a diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais em Educação do Rio de Janeiro (Sepe), Samantha Guedes, que também integra o MML.
Suzana Gutierrez, coordenadora geral do Sepe e também integrante do MML destacou que o governador Marcelo Crivella (PRB) quer aplicar no Rio de Janeiro a mesma Reforma da Previdência aplicada em 2003 na esfera federal, pelo então presidente Lula. “Com essa reforma os trabalhadores vão perder a paridade, que é direto de receber igual ativos e aposentados, e também a integralidade, que é o direito de se aposentar com o último vencimento. Por isso, fora Temer, fora Pezão, fora Crivella, fora todos os corruptos”, frisou.
Em Recife (PE), diante do reajuste zero do prefeito, professoras da rede municipal decretam greve. Nesta terça-feira (8) aconteceu a reunião a assembleia geral dos docentes municipais de Recife (PE), diante da proposta de reajuste zero apresentada pelo prefeito Geraldo Julio (PSB).
As professoras não aceitaram a proposta e deflagraram greve, com a possibilidade de início do movimento nesta sexta-feira (11). Nesse mesmo dia, acontecerá uma mesa de negociação no Centro de Formação Paulo Freire.
Outra resolução da assembleia dos professores foi a aprovação de uma assembleia/vigília às 14h, também na sexta-feira, em frente ao Centro de Formação Paulo Freire para acompanhar a negociação.
Claudia Ribeiro, dirigente do Simpere, e também integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas defendeu na assembleia a deflagração da greve como resposta. “O governo de Geraldo Julio coloca em nossas costas a conta de uma crise que não é dos professores, e faz isso achatando nosso salário. Hoje, no país inteiro tem luta no setor da Educação, porque o projeto de arrocho em nossos salários é de todos os governos. O caminho que estamos apontando aqui é o da luta e não outro a seguir”, salientou a dirigente.
Professores da rede municipal de Fortaleza (CE) estão em greve desde 18 de abril. Os docentes da rede municipal de ensino de Fortaleza (CE) decidiram em assembleia realizada na última sexta-feira (4) pela continuidade da greve, iniciada em 18 de abril.
Segundo o sindicato representativo da categoria (Sindiute), 4 mil docentes efetivos aderiram à greve, o que representa cerca de 80% dos trabalhadores. A reivindicação é por reajuste de 6,81% no Piso Salarial, determinado pelo Ministério da Educação (MEC). A Prefeitura, no entanto, ofereceu uma divisão do pagamento do reajuste em duas parcelas, sendo a primeira de 2,95%, já concedida em março; e a segunda de 3,75%, a ser paga apenas em janeiro de 2019. Esses trabalhadores reivindicam ainda gratificações destinadas aos servidores, melhorias nas condições de trabalho, segurança nas escolas entre outros.
Municipais de Florianópolis (SC) em greve há quase um mês. Nesta terça-feira (8) os municipais de Florianopolis, em greve há 28 dias, decidiram intensificar as ações da greve, com ocupações e acampamentos.
Nesta quinta-feira (10), está previsto um ato no centro da cidade conjunto com a assembleia dos professores organizados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC). A partir desta mobilização, o objetivo é radicalizar as ações com ocupações de espaços públicos e montagem de acampamento por 24 horas.
Os servidores municipais estão em greve por reajuste salarial e enfrentam o descaso do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (PMDB), que apresentou até o momento propostas rebaixadas de acordo e coloca a justiça contra uma greve legítima.
A proposta apresentada pela Prefeitura, assim como em Fortaleza, prevê o parcelamento do reajuste, em duas etapas, sendo 1% em maio e 1% em outubro. Esse acordo não foi aceito pelos trabalhadores.
Além disso, a Prefeitura quer descontar dos dias parados. Está prevista ainda a cobrança de multa de aproximadamente R$ 2 milhões, imposta pela Justiça, que havia determinado a volta ao trabalho em 12 de abril.
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina marcou para esta quarta-feira (9) uma audiência de conciliação entre a Prefeitura de Florianópolis e o Sindicado dos Servidores Municipais, o Sintrasem.
Todo apoio. A CSP-Conlutas se solidariza e afirma todo o apoio às greves, paralisações e manifestações desses lutadores (as), que têm pautas similares e estão indo para cima dos governos e mostrando disposição para defender os direitos já conquistados e reivindicar melhorias na qualidade de ensino. Todo apoio!
( Matéria atualizada nesta quarta-feira (9) com informes de greves em outros estados e cidades)
Fonte: CSP Conlutas