Assédios e insegurança são temas de protesto e roda de conversa na Ufes

A quinta-feira (21) foi marcada por manifestações no campus de Goiabeiras, em Vitória.

Por meio de um jogral, um grupo de estudantes de direito, serviço social e gemologia protestou contra práticas abusivas e de violência na Ufes. “Não vamos nos calar diante da negligência da administração central com os ato megafone 21 6processos de assédio sexual. Pelo fim da violência contra a mulher”, entoou no megafone uma estudante.

A força das palavras crescia à medida que as manifestantes avançavam pelo campus, quando, a cada novo bloco de prédios, era feita uma pausa a fim de esclarecer o motivo do ato.  Embora mulheres fossem a maioria, o protesto também incluiu homens, entre eles docentes, que se solidarizaram com a situação.   “Se cuida, se cuida seu machista. A Universidade vai ser toda feminista”, entoavam todos e todas.

Carregando cartazes com dizeres “Não aceito, não calo, me organizo”, ou “omissão não é resposta”, os estudantes pediram rigor na apuração dos casos de assédio sexual e moral envolvendo servidores docentes e técnico-administrativos e alunos. O grupo lembrou da importância de as vítimas não se calarem.

Comunidade acadêmica engajada pelo fim da violência
Também nessa quinta, o assunto de uma roda de conversa discutiu o aumento da violência na sociedade atual  e como a criminalidade nos centros urbanos tem refletido sobre a universidade.  Roubos, furtos, crimes sexuais, entre outras ocorrências registradas nos campi da Ufes vêm gerando cada vez mais a sensação de insegurança dentro do ambiente universitário.

“Apesar do choque causado por esses acontecimentos, eles são reflexos da violência na sociedade, não uma realidade localizada apenas na nossa universidade”, destacou a professora Jeane Andreia Ferraz, do Departamento de Serviço Social. Outros participantes lembraram, inclusive, que a cultura do medo disseminada pelos meios de comunicação está presente também no ambiente acadêmico.

Assalto. A roda de conversa foi organizada após duas alunas terem sido assaltadas dentro da sala de aula do ED 1, no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE). O crime aconteceu na tarde da última terça-feira (19) e o criminoso levou os pertences das vítimas. Para os participantes da Roda de Conversa, é preciso discutir um modelo de segurança para a universidade. Outra professora também frisou que essa é uma questão que precisa ser discutida de forma mais ampla. Já uma discente citou a falta de transparência da reitoria em debater o assunto.

Para o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto, quando se pensa em violência na universidade, são várias as causas. A própria configuração espacial do campus contribui, pelos vários espaços vazios, além da falta de iluminação e de vigilância. “Precisamos de uma política de prevenção que promova ações que permitam melhorar a integração da universidade com as comunidades externas”, diz o professor, destacando a importância de a instituição privilegiar espaços de cultura, arte e lazer, movimentando assim o espaço acadêmico.

Fonte: Adufes