O protesto ocorrerá nesta quinta-feira, 21, a partir das 10h30, com saída da cantina do CCJE.
De lá, o grupo de manifestantes seguirá em marcha até a cantina do Onofre (elefante branco), em seguida passará pelo Centro Tecnológico (CT), prédio da reitoria e Restaurante Universitário (RU). Com o tema “Não à violência contra a mulher na Ufes”, a atividade é organizada por alunas, professoras e técnicas de vários cursos.
A Ufes tem recebido de forma recorrente denúncias de assédio sexual e moral praticados (as) por professores (as), técnicos(as) e alunos(as). Os últimos casos registrados foram no CT e no Centro de Ciências Exatas (CCE), unidades compostas majoritariamente por docentes e discentes do sexo masculino.
Reunião. Na semana passada houve, inclusive, reunião entre a vice-reitora, ouvidoria, coordenação do curso de gemologia, centros acadêmicos (CAs), Movimento Mulheres em Luta (MML) e integrantes de uma comissão criada para elaborar políticas de prevenção.
De acordo com a ata da reunião, as (os) discentes se queixaram da morosidade com que a universidade vem tratando os casos de assédios. Algumas vítimas relataram que foram coagidas(os) a não seguir com processos. Um dos casos de assédio sexual registrado ocorreu no curso de gemologia. A ação está parada.
Para Estefani Dalmácia, estudante de Serviço Social e representante do MML, o machismo presente na sociedade reflete no ambiente acadêmico. “O protesto de amanhã, quinta-feira, é para dar visibilidade aos casos de assédio sexual e moral na Ufes e levar esse debate à comunidade universitária”, garante.
Segundo a estudante, que participou da reunião com a vice-reitora Ethel Maciel, a instituição se comprometeu em realizar atividades de enfrentamento ao machismo. “Em agosto, início do período letivo, será realizado seminário para discutir esse tema”, destacou. A Ufes ficou também de verificar a abertura de sindicância sobre processos (casos do curso de gemologia).
Comissão. A vice-reitora instalou, no dia 14, a primeira comissão para elaborar políticas de prevenção de assédio sexual e violência de gênero na instituição. “Esperamos que esse grupo contribua para averiguação de todos os casos e que as (os) estudantes possam ser ouvidas (os) sem qualquer retaliação”, ressalta Estefani.
Nota pública sobre casos de assédios. No documento, o Movimento Mulheres em Luta denuncia que as situações de violência sexual e assédio nos campis da Ufes têm como principal vítima as mulheres. Essa realidade também aparece em outras instituições de ensino, como os casos recorrentes de estupro na USP.
Em 2015, uma Pesquisa realizada em universidades braliseiras mostrou que 56% das estudantes entrevistadas tinham sofrido assédio sexual.
Fonte: Adufes