Vigilantes da Ufes protestam contra substituição do quadro por PMs aposentados

Reunião com Reitor ficou acertada para esta terça-feira, 28, às 15h. O encontro só foi possível após interferência da Adufes, Sintufes, DCE e outras entidades que são contrárias à presença da PM na Ufes. 

Com faixas, apitos e carro de som, os trabalhadores terceirizados ocuparam na manhã dessa segunda-feira (27) parte da avenida Fernando Ferrari, e, em seguida, percorreram o campus onde pediram apoio da comunidade acadêmica. “Somos pais de famílias, precisamos trabalhar”, disse o presidente do Sindicato da categoria (Sindiseg-GV ES), Serafim Gerson Camilo, ressaltando que o convênio desrespeita a lei Federal 7.102/83, que regulamenta a profissão de vigilantes, e também a sociedade que clama por mais policiais atuando nas ruas.

De acordo com o Sindicato, convênios semelhantes já foram celebrados com Tribunal de Justiça (TJES), Detran e Defensoria Pública. São centenas de profissionais de vigilância que logo ficarão desempregados para que policiais militares da reserva remunerada (entre praças e oficiais) possam ser contratados para o serviço de vigilância patrimonial.

“Os militares já possuem renda e, mesmo assim, as instituições que adotam serviço dos PMS chegam a pagar o salário de R$ 2.769,48 mensal”, disse outro diretor do Sindiseg, Renato Cunha.  O que causa espanto é a diferença salarial entre os PMs e os vigilantes. “O salário de um profissional de vigilância é de R$ 1.747,39, incluídos aí 30% de periculosidade.

Indignados, os trabalhadores se queixam de não terem recebido nenhum aviso oficial sobre a suspensão do contrato. “Tudo que sabemos é o que está sendo divulgado pela imprensa”. Não sabemos até quando vamos continuar trabalhando”, reclamou um trabalhador.

Apoio da comunidade acadêmica. Para o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto, que acompanhou os trabalhadores até o prédio da Reitoria, a preocupação com a PM nos campi é grande. “A Polícia não é preparada para lidar com o ambiente universitário. Não será um cursinho de uma semana ou mais que vai mudar significativamente a formação dos agentes de segurança que vão ter que lidar com  situações peculiares de uma universidade pública”.

Recentemente, a Adufes, Sintufes, DCE e outras entidades lançaram a campanha “A Ufes que a gente quer” para denunciar a falta de debate da administração central sobre a presença efetiva da Polícia Militar na instituição. Panfletos, vídeo, e outros materiais da campanha podem ser vistos na página da campanha https://goo.gl/mF9Lza

Custos. De acordo com a Ufes, a instituição arcará com os salários e equipamentos a serem utilizados pelos policiais. A estimativa é que o custo anual do convênio seja de R$ 4 milhões. “Estamos buscando ações a fim de rever a decisão que o reitor tomou monocraticamente e sem ouvir a comunidade universitária”, afirmou o coordenador do Sintufes, Wellington Pereira.

Veja fotos do protesto 

Fonte: Adufes