Grito dos Excluídos mobiliza capixabas na luta contra retirada de direitos

Com o tema “Desigualdade gera violência: basta de privilégios”, a manifestação foi realizada em Terra Vermelha, Vila Velha. Um ônibus saiu do campus de Goiabeiras/Ufes e outro da Praça Costa Pereira, no Centro de Vitória rumo ao ato.

Pela 24ª vez consecutiva, o Grito dos Excluídos mobilizou centenas no dia 7 de setembro para protestar contra o ataque de direitos e denunciar as políticas públicas que promovem a exclusão social e a violência. A manifestação realizada na região da Grande Terra Vermelha, no bairro Riviera da Barra, foi organizada por pastorais, sindicatos e movimentos sociais e populares.

O ato aconteceu no mesmo dia da realização do desfile cívico de 7 de setembro, eDesigualdade gera violncia representou um grito de denúncia do povo excluído. Lula Rocha, do Círculo Palmarino, ressaltou que uma das perversidades é o extermínio da juventude negra. “Estamos nas ruas para denunciar que a abolição nunca foi concluída e seu maior reflexo é o extermínio de jovens negros. Milhares são mortos anualmente em nosso país. No Espírito Santo, estimativas indicam que a cada 10 jovens assassinados, sete são negros ou negras”, disse.

educao gritoChega de corte na educação pública. Os/as manifestantes também exigiram o fim dos cortes na educação pública. A Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos (EC 95) congelou recursos de investimentos na educação, o que vem prejudicando a saúde financeira de várias instituições de ensino. 

“Aprovada em 2016, ela excetuava a educação dos cortes de 2017. Portanto, 2018 é o primeiro ano em que o Teto de Gastos vale também para o Ministério da Educação (MEC) e para as universidades federais”, destacou o professor Antônio Barbosa, da Rede Estadual de Ensino, no carro de som.

Nota Andes-sn sobre os cortes na educação. Segundo a nota da diretoria do ANDES-SN, a EC 95 agravou as consequências nefastas da política do capital, reduzindo recursos das políticas públicas e sociais, entre elas a educação superior pública.

“Conhecemos, há muito tempo, a “receita podre” do neoliberalismo para as instituições públicas: transformar tudo em mercadoria para ser rentável ao capital. Cortar recursos e forçar a privatização por dentro, através da venda de serviços, das parcerias público-privadas, da terceirização e da inserção de organizações sociais para gerir o bem público”, afirma a diretoria do ANDES-SN na nota.

Resistência. A região da Grande Terra Vermelha, que tem um histórico de violênciaesgoto grito e abandono por parte do poder público, foi escolhida atendendo aos pedidos da própria comunidade, por ser um espaço de resistência, já que as políticas públicas implementadas ali foram conquistadas com muita luta de seus moradores. “Há algumas ruas ainda sem asfaltar e não temos rede de tratamento de esgoto. Quando chove é difícil caminhar pelas avenidas do bairro, mas permanecemos na luta”, lembrou Suely Neves, moradora de Terra Vermelha.

Essa é a quarta vez que o Grito acontece na periferia da Grande Vitória, já tendoviolncia trabalhadores grito passado por São Pedro, Feu Rosa e Itararé. Esse ano a manifestação contou com quatro alas temáticas: violência contra os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, contra os direitos humanos, contra as ocupações urbanas, o direito à moradia e à cidade; e contra o meio ambiente. Por meio delas, os participantes irão reivindicar muitos direitos que são negados à população e denunciar as diversas formas de violências existentes.

“O grito dos excluídos é uma forma da população mostrar a sua força. O que estamos vendo é um pedido coletivo por menos violência e mais igualdade”, ressaltou o padre Kelder Figueira, da coordenação do Grito.

Fonte: Adufes