Em menos de uma semana pós primeiro turno das eleições no Brasil, já foramidentificadas diversas agressões, ameaças a militantes, além do assassinato motivado peloódio e de críticas ao projeto fascista ocorrido no último dia 7 de outubro, na Bahia. O ódio eas práticas fascistas invadem as universidades colocando a vida de docentes, discentes, deTécnicos Administrativos/Universitários e do(a)s trabalhadore(a)s terceirizado(a)s.
No último dia 3 de outubro um docente da UFAM foi agredido por um estudante,quando exibia documentário sobre o fascismo, um eleitor declarado do candidato fascista apresidência se irritou com o debate e jogou a mesa contra o professor e o perseguiu peloscorredores da Universidade, precisando o docente se trancar em outra sala para não seragredido fisicamente.
No Rio de Janeiro Anielle Franco – irmã de Marielle Franco assassinada em marçodesse ano – relatou que foi agredida verbalmente por “homens devidamente uniformizadoscom a camisa” do candidato fascista. Dias antes das eleições dois candidatos a DeputadoEstadual e Federal do PSL depredaram à placa de homenagem a vereadoraassassinada. Anielle Franco não foi a única vítima, no dia 6 de outubro, um dia antes daseleições, em Nova Iguaçu no Rio de Janeiro, a ex-vocalista do Furacão 2000, JulyannaBarbosa recebeu golpes com uma barra de ferro no pescoço e na cabeça por ser mulher trans.Os agressores gritavam que iriam eleger o candidato fascista para acabar com os “veados”.
Outro caso foi da Jovem agredida por três homens, a motivação foi a camisa #EleNãoque a mesma usava, ocorreu em Porto Alegre no dia 8 de outubro, os agressores nãosatisfeitos ainda marcaram o corpo da moça com o símbolo da suástica usando um canivete, avítima fez boletim de ocorrência e está com medo de andar sozinha.
Os casos de violência vêm crescendo em todo o país, no dia 9 de outubro, umestudante da Universidade Federal do Paraná, por usar um boné do MST, foi atacado por umgrupo da torcida da Império, do Coritiba, que aos gritos reivindicavam o candidatofascista. De maneira covarde e motivados pelo ódio aos movimentos sociais 15 sujeitosespancaram o jovem e depredaram à Casa do Estudante Universitária (CEUC) e também abiblioteca da universidade.
Ainda no dia 9 de outubro, estudantes do curso de Oficiais da Policia Militar daUniversidade Estadual do Maranhão (UEMA) fizeram um arrastão arrancando cartazes decombate ao fascismo, gritando nos corredores e ameaçando militantes, toda a comunidadeacadêmica foi agredida por não se sentir segura por expressar suas posições políticas sem serviolentadas.
No dia 10 de outubro, no Campus de Filosofia e Ciências Humana da UniversidadeFederal da Bahia (UFBA), em um debate sobre o fascismo em sala de aula um estudantedeclaradamente eleitor do candidato fascista chamou uma viatura da PM, para entrar nocampus alegando ser vítima de tentativa de homicídio, por parte de um estudante militante domovimento estudantil que organizava uma reunião para debater eleições e a necessidade daconstrução de uma frente antifascista. Sem autorização a PM entrou no campus e na tentativade prender o estudante, a comunidade acadêmica se mobilizou, impedindo a ação ilegal porparte da PM.
O discurso de ódio e as práticas fascistas tentam intimidar o Movimento Estudantil,Movimento Sindical e o direito da comunidade acadêmica se posicionar politicamente. O uso da violência tem por objetivo calar a voz dos movimentos sociais e da esquerda no Brasil.Nós da Direção do ANDES-SN repudiamos esses atos de violência e cobraremos a apuraçãovia nossas Seções Sindicais das agressões motivadas por esses grupos, como também daresponsabilização destes pela depredação da Universidade Pública.
Contra o discurso e as ações de ódio!
Contra o protofascismo!
Pelas liberdades democráticas!
Por nenhum direito a menos!
Não ao capacitismo!
Não a misoginia!
Não ao racismo!
Não a lgbtfobia!
Brasília(DF), 11 de outubro de 2018