Hoje: manifestantes exigem auditoria no transporte público da Grande Vitória

O ato vai sair do campus de Goiabeiras em direção à Ceturb. A concentração será às 15 horas na escadaria do Teatro Universitário, na Ufes.

A manifestação, chamada “Passeata pela Auditoria do Transporte Público da Grande Vitória”, que está sendo convocada por diversos movimentos sociais articuladas na plataforma Nossa GV convocam para o primeiro ato contra o aumento da tarifa de ônibus.  O preço da passagem passou de R$ 3,40 para R$ 3,75 desde o dia 14 de janeiro, um aumento de 10,29%, índice superior à inflação oficial que é em torno de 4%.

A Presidente do DCE e do Conselho Tarifário, Isabella Mamedi, queixou-se da falta de transparência. “Fiz solicitações baseadas na lei de transparência do Conselho, mas não foram levados em conta. São muitas as arbitrariedades que fizeram com que o aumento fosse aprovado sem que os conselheiros tivessem as informações sobre a situação do transporte público da Grande Vitória”, destaca.

Izabela defende que a necessidade de uma auditoria independente e aberta ao acompanhamento da sociedade civil e que possa esclarecer os critérios adotados para justificar o preço da tarifa. Desse modo, seria possível rever tanto o preço das passagens como as condições de contrato, os métodos e critérios de aprovação de reajuste. “Desconhecemos inclusive o valor do lucro das empresas, informação que permanece intocável”.

Direito à cidade e ao Transporte. A estudante destaca que o movimento Nossa GV não quer só questionar o aumento dasbus lotado tarifas, mas também atuar como um coletivo amplo para pensar o transporte e o direito à cidade. A expectativa é convocar outro ato para fevereiro, no retorno das aulas dos estudantes secundaristas.

Em 2015, o Direito ao Transporte passou a integrar a Constituição Federal de 1988. Acelerada pelas manifestações que ocuparam as ruas do Brasil em 2013 – atos subsequentes ao aumento das tarifas nos transportes públicos em diversas cidades -, a emenda proposta igualava o direito de ir e vir aos direitos fundamentais como educação, saúde, segurança, lazer e moradia. Ainda que consolidado na lei, o direito ao transporte público de qualidade está longe de se concretizar no dia a dia das cidades brasileiras.

De acordo com o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto, o aumento é fator de manutenção de desigualdades, além de impedir o acesso à cidade. “É insensato avançar em reajustes anuais sem rever o sistema de transporte público. Temos que enfrentar as deficiências desse sistema, que são a falta de transparência dos gastos públicos, a ausência de fiscalização e a pouca qualidade do serviço”, diz Rocha.

O reajuste considerado abusivo reacende o movimento de ocupação das ruas em protestos contra o aumento. O Movimento Nossa GV defende a gratuidade do transporte, o congelamento do aumento e a redução das tarifas a custo zero.

Fonte: Adufes