A atividade, que reuniu 10 mil manifestantes na Praça da Sé, em São Paulo, ocorreu nessa quarta-feira (20), no mesmo momento em que o presidente Jair Bolsonaro entregava à Câmara Federal, em Brasília, a proposta de reforma previdenciária de seu governo.
Enquanto o sol forte e um calor de 31 graus castigava os manifestantes em São Paulo, no Espírito Santo um temporal deixou ruas alagadas e trânsito congestionado, provocando o cancelamento da Assembleia Estadual da Classe Trabalhadora, no centro da capital. Na próxima terça-feira (26), uma nova reunião entre as centrais sindicais deverá fechar data das próximas atividades. A exemplo de outros Estados, estão sendo programados atos políticos e mobilizações nos locais de trabalho e nos bairros para dizer não à proposta que acaba com o direito à aposentadoria dos brasileiros.
Praça da Sé. No Centro de São Paulo, a Assembleia da Classe Trabalhadora reuniu cerca de 10 mil pessoas. Na pauta, a organização da luta contra a Reforma da Previdência, apresentada nessa quarta-feira pelo governo federal no Congresso Nacional. Ao longo do ato, dirigentes e trabalhadores de várias categorias falaram no carro de som que ocupou a frente da Catedral da Sé. As diversas manifestações dos representantes das centrais, de sindicatos e de movimentos sociais reafirmaram o repúdio à proposta de Bolsonaro. Defenderam a unidade e a mobilização para barrar esse ataque à aposentadoria da classe trabalhadora.
O integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Atnágoras Lopes, falou em nome da central. O dirigente iniciou lembrando que a unidade das centrais, baseada na mobilização dos trabalhadores, construiu a Greve Geral, em abril de 2017. Segundo Lopes, essa mobilização foi fundamental para barrar a proposta de reforma da Previdência de Michel Temer. Ele ressaltou que essa unidade novamente se faz necessária.
“Hoje, estamos vendo essa unidade se repetir e, no momento em que esse governo de ultradireita quer impor um ataque ainda pior, essa assembleia nacional tem o desafio de apontar o início da construção de um dia nacional de lutas, rumo a uma nova Greve Geral no país”, afirmou.
O ANDES-SN e diversas seções sindicais (foto acima: representantes da Adufes) estiveram presentes na atividade na capital paulistana. O presidente do Sindicato Nacional, Antonio Gonçalves, ressaltou a importância do ato, que contou com a participação de docentes de todo o país.
“Hoje é um dia histórico para nossa classe. O ANDES-SN esteve presente com seus diretores e diversas seções sindicais também participaram nesse grande dia de mobilização nacional. Compareceram milhares de pessoas com intervenções de entidades, movimentos sociais e também das centrais sindicais no carro de som. Foi um ato muito importante para impulsionar a luta contra a contrarreforma da previdência”, ressaltou. Ele lembrou que ontem (19), o Sindicato Nacional também participou do lançamento do Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas.
Gonçalves afirmou ainda que o ato em São Paulo não é uma manifestação isolada e marca o início de uma grande luta em defesa dos direitos de aposentadoria. “Hoje, vários estados também estão replicando, estão realizando atos semelhantes e ao final do dia que teremos um balanço também em outras cidades de outros estados Brasil afora. Nós sairemos vitoriosos e vitoriosas derrotando essa contrarreforma da Previdência”, concluiu.
Centrais organizarão outros dias de luta unificada
A Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora neste dia 20 lançou o Manifesto unificado das centrais sindicais contra Reforma da Previdência. O documento afirma o início de um processo de mobilização nacional, com atos públicos e protestos nos locais de trabalho. Além de propor uma ampla campanha de conscientização da população sobre a gravidade da proposta.
O documento antecipa que será definido um dia nacional de lutas e mobilizações em defesas das aposentadorias e da Previdência. Afirma que os dias 8 de Março – Dia Internacional da Mulher e 1° de Maio – Dia Internacional do Trabalhador também serão datas de mobilizações unificadas contra a reforma.
Fonte: ANDES-SN/Adufes e CSP-Conlutas