8M: mulheres capixabas realizam ato contra a Reforma da Previdência e o feminicídio


No Brasil, elas iniciaram o ano enfrentando diversos tipos de violência. Só no mês de janeiro foram 129 casos de assassinatos, conforme Comissão Internacional de Direitos Humanos. O ES é o 5º lugar no extermínio de mulheres negras.

A concentração do Ato do Dia Internacional de Luta das Mulheres começa às 15 horas, na Avenida Jerônimo Monteiro (com concentração em frente à Casa Porto), no Centro de Vitória. De lá, as manifestantes marcharão até o Museu Capixaba do Negro (MUCANE). A comunidade acadêmica da Ufes está convidada para a atividade.

As mulheres estarão nas ruas, junto a milhões de outras espalhadas pelo mundo, exigindo o fim da violência e da retirada de direitos. Levarão também para às avenidas o grito de justiça por Marielle Franco, vereadora do RJ, e seu motoristaAnderson Gomes, executados com vários tiros.

#MARELASsim: pela vidas das Mulheres, por direitos e contra os retrocessos é o tema deste 8 de Março. Com músicas, cartazes e performances, elas vão destacar na caminhada a resistência contra o feminicídio, sobretudo, de mulheres negras, e exigir a retirada da Proposta da Emenda Constitucional (PEC) 06/2019 que trata da Reforma da Previdência. O documento foi apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro em 20/2 ao Congresso Nacional.

Rombo é uma mentira. Com a alegação de que a previdência está quebrada, Bolsonaro e Paulo Guedes querem aumentar a idade para aposentadoria de todos. As mulheres, que tem extensão de jornada,  recebem menos, serão as mais prejudicadas. Elas perderão o direito de aposentar aos 55 anos.

Ocorre que, propositalmente, o governo omite que a Constituição Federal (art. 195), prevê um sistema tripartite, com empregados, empregadores e governo contribuindo para custear a Seguridade. Ela foi superavitária em 2015 em R$ 20,1 bilhões, com receitas de R$ 704 bilhões e despesas de R$ 683,9 bilhões, conforme atestam os números da Associação Nacional dos Fiscais Previdenciários (ANFIP).

Para professora do Departamento de Educação Física e Desportos, Erineusa Maria da Silva, que está na organização do 8M, participar do ato é fortalecer a luta. “Não há sociedade justa onde há opressões e discriminações. Convocamos a todos e todas para a nossa Marcha”.

Mais de 500 mulheres agredidas por hora no Brasil. Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública estima que mais de 16 milhões de mulheres, cerca de 27,35% das brasileiras, sofreram algum tipo de violência durante o ano passado. De acordo com a pesquisa, 536 mulheres são agredidas a cada hora no país, sendo que 177 sofrem espancamentos.

A pesquisa ouviu 2.084 pessoas em 2018. Mais da metade (52%) das entrevistadas declarou que não procurou ajuda após as agressões; 15% falaram sobre o assunto com a família; 10% fizeram denúncia em delegacias da Mulher; 8% procuraram delegacias comuns; 8% procuraram a igreja e 5% ligaram para o telefone 190 da Polícia Militar. A violência foi cometida, em 76,4% dos casos, por conhecidos: cônjuge (23,9%), ex-cônjuge (15,2%), irmãos (4,9%), amigos (6,3%) e pais (7,2%).

 Marielle Presente, agora e sempre! Dia 14 de março fará um ano do extermínio de Marielle e Anderson. Mesmo após esse longo período nenhuma condenação. O silenciamento de uma vereadora negra, LGBT, trabalhadora – capaz de dar voz aos corpos não chorados, de denunciar, sobretudo o genocídio da população negra – numa das principais cidades deste país, chocou o mundo. “Exigimos saber quem matou Marielle e Anderson”, cobra a professora Erineusa da Silva

Divulgação. Durante todo mês de março serão desenvolvidas atividades que poderão ser acompanhadas pelas redes sociais. Ajude a divulgar o 8 de Março!

 

Serviço

#MARELASsim: pela vidas das Mulheres, por direitos e contra os retrocessos

Data: 8 de março (sexta-feira)

Horário: a partir das 15 horas

Local (concentração): em frente à Casa Porto das Artes Plásticas, na Avenida Jerônimo Monteiro/Centro/Vitória  até o MUCANE/Centro

Fonte: Adufes