C/ Áudio- Escola sem Partido é a farsa do absurdo, diz professor Frigotto em debate na Adufes


O Café com Debate Educação Básica e “Escola sem Partido”: A anulação da autonomia docente lotou o salão térreo do Sindicato, no campus de Goiabeiras, em Vitória. Foi preciso acomodar as pessoas nas varandas e até mesmo no mezanino do prédio da entidade.

A discussão acalorada durou toda a manhã com o professor Gaudêncio Frigotto, do Programa de Pós-graduação de Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ocorreu durante toda a manhã da última sexta-feira, 22, e integrou as atividades do Dia Nacional de Lutas contra a reforma da Previdência e em defesa da educação brasileira.  

Para Frigotto, o país vive momento crítico, em especial a área educacional com seus problemas de falta de recursos e de baixa valorização da carreira docente. No entanto, lembrou o educador e pedagogo, a escola tem que ser defendida por todos por ser um espaço de debate, que busca formar jovens cidadãos autônomos e críticos.  

E é exatamente por isso, segundo Frigotto, ela vem sendo atacada por setores conservadores, como o programa Escola Sem Partido, amplamente defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).  “O caráter deste movimento está marcado por uma visão moralista e por uma perspectiva de não diálogo, e de incutir nos jovens, na família e nos pais a perspectiva do ódio”, disse o especialista em políticas públicas para a educação. Ouça a entrevista de Frigotto sobre o momento de grande conservadorismo  no país.

O presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto, também lembrou na abertura do debate que os trabalhadores têm tido seus direitos atacados, principalmente nos últimos três anos, daí a importância da luta e da união. “A categoria tem se aproximado de outros sindicatos, frentes e fóruns, pois entende que coletivamente somos mais fortes”, destacou.

Ao final do Café com Debate foram feitos pré-lançamentos, autógrafos com Frigotto  e sorteios de livros organizados por Gaudêncio.  “Escola democrática: um antídoto ao Escola sem Partido” e “Institutos de Educação, Ciência e Tecnologia, relação com o ensino médio integrado e o projeto societário de desenvolvimento”.

A professora Ana Carolina Galvão, integrante da Frente Estadual pelas Liberdades Democráticas, uma das organizadoras do evento, informou que o  livro “Foi golpe! O Brasil de 2016 em análise” (organizado por ela e pelos colegas Júnia Claudia Zaida e Wilberth Salgueiro) terá seu lançamento na próxima sexta-feira  (29/3).  “A publicação é uma coletânea de textos do curso O Golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil e na América Latina que analisou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff  e cuja aula inaugural foi feita pelo professor Gaudêncio”, disse.

A iniciativa, lembrou Ana Carolina, foi inicialmente oferecida em curso da UnB, sob orientação do professor Luis Felipe Miguel, e a legalidade da disciplina contestada pelo governo Temer, provocando reações em diversas universidades públicas brasileiras que passaram a ofertar a mesma formação. 

 

Fonte: Adufes