Greve da Educação: protesto leva multidão para as ruas de Vitória

Um verdadeiro tsunami formado por estudantes, professores, pais de alunos e trabalhadores entrou para a história do povo capixaba.

A Greve Nacional foi um grande dia de luta em defesa da Educação Pública e contra os ataques de Bolsonaro. No ES, cerca de 15 mil pessoas participaram da manifestação que envolveu a comunidade acadêmica da Ufes, Ifes e secundaristas.  Milhares caminharam pelas avenidas Fernando Ferrari, Reta da Penha e Américo Buiz, rumo à Assembleia Legislativa (Enseada do Suá), contra o corte de verba. 

Antecedendo o ato, nos campi de Goiabeiras, de Maruípe e no Ceunes, em São Mateus (Norte do ES), além de praças e ruas de Vitória foram movimentados por panfletagens, aulas públicas, debates, fechamento de rodovia e pela Mostra Balbúrdia Universitária.

Justificado como “contingenciamento” e não corte de recursos pelo Ministério da Educação (MEC), na prática, o rombo paralisará os Institutos Federais de Educação e prejudicará mais de mil projetos na Ufes. Se o corte não for revertido, a universidade só terá condições de manter o já precarizado ensino.

Ato nas ruas. Desde a saída do campus de Goiabeiras, uma impressionante massa ocupou as pistas da Fernando Ferrari, atravessando a Ponte da Passagem até a Avenida Nossa Senhora da Penha. A maioria carregava faixas e cartazes com palavras sarcásticas ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da educação Abraham Weintraub. 

Foram dois pontos de concentração e um que unificou o grupo da Ufes e do Ifes. O encontro das duas caminhadas, na altura do Shopping Boulevard da Praia, gerou um mar de manifestantes.

Apoio. Ao longo do trajeto pela Fernando Ferrari e Reta da Penha, o protesto recebeu apoio de motoristas que se manifestaram com suas buzinas e acenos de mãos. Houve muitas cenas de apoio por parte de pedestres e dos moradores.

Nas palavras de ordem cantadas ao longo do protesto, muita irreverência e tom crítico. “Não é mole, não. Tem dinheiro pra milícia, mas não tem para a educação!”; “Tira a tesoura da mão e investe na educação!”; “Educação não é esmola. Bolsonaro tira a mão da minha escola!”; essas e muitas outras frases foram entoadas em forma de canções pelos manifestantes.

Interior. Em São Mateus, norte do ES, a comunidade acadêmica do Ceunes/Ufes, do Ifes, secundaristas e a Via Campesina fecharam a BR 101. O ato, que contou com a participação de mais de 300 pessoas, teve início às 6h30.

José Antônio da Rocha Pinto, presidente da Adufes, ressaltou a importância da Greve. “Os docentes, os trabalhadores da educação e os estudantes mostram com esse dia de paralisação que com a educação não se mexe”, afirmou. Para o professor, cutucaram um vespeiro. Agora o povo está nas ruas para derrotar as políticas neoliberais desse governo.

Greve Geral. Ao chegar aos EUA, nessa quarta-feira (15), o presidente Bolsonaro afirmou que as manifestações em defesa de recursos para a educação são feitas por “idiotas” “inúteis”. Com essas palavras ele tentou diminuir a força dos protestos que levou 2 milhões de pessoas às ruas de 26 estados e no Distrito Federal.

“O movimento continua forte e fortalece a construção da Greve Geral que irá ocorrer no país em 14 de junho”, lembrou Felipe Firmino, um dos organizadores do ato 15M e representante da CSP-Conlutas no ES.

A vitória do 15M foi comemorada nas falas das lideranças que destacaram a tarefa dos trabalhadores em permanecerem nas ruas. “Uma mobilização histórica que dá ainda mais força para pararmos o país”, disse Isabella Mamedi, representante do Diretório Central dos Estudantes da Ufes (DCE), reforçando que é possível derrubar os cortes, a Reforma da Previdência e todos os ataques do governo ultradireita de Bolsonaro.

Fonte: Adufes