Dia de Luta contra reforma da Previdência foi de panfletagens na GV


Realizada em frente à Agência do INSS, na avenida Beira-Mar, e nas  regiões da Vila Rubim/Praça Costa Pereira/Enseada do Suá, em Vitória, e ainda no Terminal de Carapina, na Serra, a mobilização serviu para alertar a população sobre os riscos da medida. No aeroporto Eurico Sales (na capital), parlamentares capixabas que embarcaram para Brasília enfrentaram o cerco dos trabalhadores/as. O objetivo da ação foi tentar convencer a bancada a votar contra a PEC 06/19.

Os deputados Amaro Neto (PRB-ES), que votou a favor da reforma no 1º turno e Helder Salomão (PT-ES), apareceram na hora do embarque, pela manhã. Helder parou para conversar com os manifestantes e confirmou sua posição contrária à reforma. Já Amaro Neto não deu nenhuma atenção. Se mostrando apressado, o parlamentar evitou as abordagens e demonstrou desinteresse em dialogar com os sindicalistas.

“Vamos continuar com esse trabalho de convencimento. Já estamos nos organizando para ir à Brasília acompanhar de perto as votações na Câmara e no Senado. Aproveitaremos para ir aos gabinetes dos nossos deputados e senadores para pressionar”, garantiu Wellington Pereira, da coordenação do Sindicato dos Trabalhadores da Ufes (Sintufes).

Houve distribuição de panfletos para passageiros, taxistas e funcionários de empresas aéreas. Além de mostrar a cara, o nome e o partido de cada parlamentar que traiu a classe trabalhadora, o material destaca que quem votar a favor da reforma, não volta. O informativo traz também os principais retrocessos dessa “reforma” e convoca todos/as para outro dia nacional de luta, que será na próxima terça-feira, 13 de agosto, contra a reforma da Previdência e em defesa da educação e saúde pública.

Na votação do primeiro turno, o texto-base da reforma da Previdência foi aprovado no plenário da Câmara por 379 votos favoráveis contra 131 contrários.  Os únicos deputados capixabas que votaram contra o projeto foram Helder Salomão (PT) e Sergio Vidigal (PDT). Por outro lado, Amaro Neto (PRB), Da Vitória (CIDADANIA), Dra. Soraya Manato (PSL), Evair Vieira de Melo (PP), Felipe Rigoni (PSB), Lauriete (PL), Norma Ayub (DEM), e Ted Conti (PSB) foram a favor do texto-base da reforma.  

O texto estabelece uma idade mínima para a aposentadoria: 65 anos para homens e 62 para mulheres; serão exigidos 40 anos de contribuição para um benefício igual a 100% da média das contribuições, enquanto o piso será de 60% da média. Há regras de transição para quem já está na ativa; e outros prejuízos.

rocha aeroporto2As panfletagens e outras mobilizações vão continuar. Quem garante é o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto. “Ao longo das próximas semanas, vamos atuar para conscientizar os trabalhadores da gravidade e da destruição de direitos que este projeto representa”, ressalta o professor.

Ele lembra que as panfletagens vêm sendo feitas de forma articuladas com vários movimentos, coletivos, sindicatos e centrais sindicais.  O cronograma inicial prevê distribuição de materiais informativos em locais de maior circulação de pessoas, como feiras livres, terminais do Transcol, praças, agências do INSS, unidades do Ifes e Ufes.

“Temos que manter firme a nossa luta e não baixar a guarda, considerando o pior cenário possível”, lembra Filipe Skiter, representante da CSP Condutas no ES, destacando que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) tem pressa em sacramentar o ataque às aposentadorias dos trabalhadores e benefícios do INSS. 

O professor Rogério Martins, da rede municipal de Vitória, é outro lutador que tem participado das panfletagens, atos e outras mobilizações contra a reforma da Previdência.  A receptividade das panfletagens, segundo ele, tem sido boa.  “As pessoas têm ouvido muitas mentiras na mídia. São mentiras que vão se repetindo e acabam se tornando verdade “, disse. 

Questionado sobre o que as pessoas precisam mais saber, o docente pontua algumas verdades e mentiras. “A reforma diz que está combatendo privilégios, não está atacando quem ganha até dois salários mínimos, no máximo. Quem ganha salários absurdos vai continuar com sua aposentadoria integral, vai sofrer muito menos.

Outro ponto importante é a alíquota de contribuição da Previdência para quem ganha menos que cairá de 8% para 7,5%,. “Essa redução está colocada como se fosse uma coisa boa, mas não diante do aumento da idade de 35 para 40 anos”, ressaltou

Fonte: Adufes