Ufes em “liquidação”: campanha alerta para riscos do Future-se

Materiais da campanha já começaram a ser espalhados pelos campi, começando por Goiabeiras, em Vitória, onde cartazes foram afixados durante o Dia Nacional de Greve da Educação (13A).

Quem passa pelas unidades da Ufes na Grande Vitória já se depara com as primeiras peças da campanha S.O.S. Ufes. Cartazes amarelos com letras anunciando a “liquidação” da universidade chamam a atenção para os riscos de privatização e sucateamento da instituição diante dos cortes de verba e, mais recentemente, do programa “Future-se”. Outros materiais como outdoor, adesivos, panfletos/cartão de crédito, panfleto/ “ofertas’  marcarão o semestre letivo.

A campanha S.O.S. Ufes é uma iniciativa de movimentos que defendem a universidade pública, como Adufes, Sintufes, DCE e outros grupos organizados. A ideia é alertar a comunidade acadêmica e também a sociedade capixaba sobre o desastre que o programa Future-se, do governo federal, significará para a educação e a necessidade de combatê-lo.

“O governo Jair Bolsonaro apresentou o Future-se, projeto que muda radicalmente as instituições federais de ensino superior no Brasil, incluídas em todas as avaliações entre as melhores do país, e que terá impactos negati sobre toda a educação pública”, ressalta o presidente da Adufes, José Antônio da Rocha Pinto.

“Mega Oferta”. Na campanha “S.O.S. Ufes – A Universidade Está em Liquidação”, as propagandas anunciam Mega Ofertas, mas engana-se quem pensa que se trata de eletrodomésticos, produtos de supermercado ou coisas do gênero. Aqui, entram temas como Análise de Políticas Públicas, Assistência Jurídica, Criação de Vacinas, Controle da Qualidade do Ar, Estudos sobre Gênero e Sexualidade, Análise do Impacto das Barragens e Tratamento de Tuberculose, todas representando serviços ou atividades realizadas pela Ufes e que estão ameaçadas pela precarização e ameaça de políticas privatistas.

A campanha está sendo deflagrada nas redes sociais, dentro da universidade e nas ruas para apontar os impactos das medidas do governo Jair Bolsonaro para a educação pública. “Temos a compreensão de que só com performance não se vai conseguir avançar. É preciso ter estratégias de propaganda e de formação política cotidianas, para conseguir estar presente no dia a dia e lembrar as pessoas sobre a situação da universidade”, diz Lucas Martins, diretor de Comunicação do Sintufes.

Os cartazes que marcam o início da campanha saem sem assinaturas específicas das entidades, já que a proposta é somar apoio dentro do conjunto da comunidade acadêmica e com todos os demais que sejam a favor da defesa dos pontos levantados, buscando uma ação conjunta que some a força de atuação, mas respeitando a autonomia de cada organização.

Lucas explica que ao dizer que a universidade está em liquidação, a campanha busca evidenciar o caráter privatista e voltado para o mercado financeiro do programa Future-se, que representa a culminância do processo de desmonte da educação pública superior nos últimos anos, colocando a Ufes e outras universidade em condições de penúria, com dificuldades de fechar as contas.

Fonte: Adufes