Acesse a Cartilha de Combate ao Racismo no site da Adufes

Você saberia o que fazer se fosse vítima de crime de racismo ou injúria racial? O material lançado recentemente pela Adufes durante o Dia Nacional de Luta contra o racismo nas Instituições de Ensino Superior orienta como agir nesses casos. 

A Cartilha foi apresentada ao público pelo professor Iguatemi Rangel (departamento de Linguagens, Cultura e Educação), que integra o Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, Étnicorracias, Gênero e Diversidade Sexual (GTPECGDS) do sindicato. Roda de conversa, exposição, apresentação cultural e comida de terreiro fizeram parte do lançamento da publicação durante a semana da Consciência Negra. 

“Para ampliar o debate e o enfrentamento ao racismo estrutural na sociedade e nos espaços de aprendizagem, é que lançamos esse material”, disse o professor Iguatemi. Ele explicou que a publicação soma-se as estratégias de enfrentamento às opressões nas universidades, nos Institutos (IF) e nos centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET).

A edição aborda temas como a construção do racismo na sociedade brasileira, a centralidade do feminismo negro na luta antirracista, a lei de cotas e as comissões de heteroidentificação. O texto foi elaborado pelo GTPECGDS do Sindicato Nacional (Andes-SN). Leia aqui o material na íntegra.

Consciência Negra. Para marcar o lançamento da cartilha de combate ao racismo, a Adufes realizou no mês de novembro a exposição “Oretratista/Primavera Secundarista”, de Nicolas Soares e, “Vida Capital”, de Luciano Feijão.  

O Coral Serenata, uma das atrações do lançamento, emocionou e encantou a todos e todas durante a apresentação na sede do sindicato.  No grupo, cantaram crianças de dois anos a adolescentes, sob a regência da professora Luciene Prate.  O Serenata entoou canções de Sandra de Sá, Marisa Monte, Tim Maia e Roupa Nova.

Roda de Conversa. O professor Weber Lopes Góes, da Faculdade da Mauá (FAMA), discutiu sobre “racismo e pensamento conservador”. Ele, que tem se debruçado nos estudos sobre as bases ideológicas do racismo, considera que a burguesia brasileira já nasce conservadora e violenta. “E essa burguesia lacaia se utiliza do racismo estrutural para se beneficiar”, disse. Weber explicou que os africanos sempre ameaçaram a ordem escravocrata, e constituíram quilombos e insurreições que tinham o objetivo de mudar a estrutura da sociedade.

“A Lei de Terras, por exemplo, contribuiu para manter a concentração fundiária ao mesmo tempo em que se buscou dificultar o acesso à terra por parte dos negros”, destacou o professor, lembrando que o racismo busca supervalorizar alguns grupos. “Criminaliza o negro, diz que tudo o que ele faz é pecado e imoral; naturalizando as desigualdades sociais”. A professora Maria Helena Elpídio, do departamento de Serviço Social, intermediou a roda de conversa.

Grupo OGÓ. A apresentação buscou promover vivências da cultura negra e reflexões sobre a inserção dos/as negros/as na sociedade brasileira, na perspectiva antirracista. Os músicos Vitor Martins e Gessé Paixão possibilitaram aos presentes pensar as masculinidades negras. Com berimbau, trompete e outros instrumentos eles expuseram a música instrumental e poesia falada. “Mostramos a ancestralidade e refletimos sobre a questão da negritude, na perspectiva do homem negro”, disse Gessé.

Comida de terreiro. O buffet “A cozinha e a cultura de terreiros” levou pratos coloridos e tradicionais como o caruru, abará, acarajé, abarô, farofa, entre outros, que são feitos de forma ritualística para serem servidos aos orixás. A comida nas religiões afro brasileiras, são específicas de cada Orixá, cujo preparo requer um verdadeiro ritual. Os participantes puderam degustar os pratos.

“O evento marca a nossa trajetória de luta e deixa em evidência que precisamos refundar a nação”, frisou a estudante do curso de Ciências Sociais, Jamile Novaes, que elogiou a atividade. 

Veja aqui fotos do evento

Fonte: Adufes