Rumo à greve geral: Setores do ANDES-SN aprovam indicativo de greve por tempo indeterminado

A votação nos dias 14 e 15/3, em Brasília (DF) deliberou pelo indicativo de greve contra o desmonte da carreira e em defesa da Educação.

Em meio à desestruturação dos serviços públicos, com redução de investimentos em saúde, educação, pesquisas e condições de trabalho, e, agora, diante da pandemia do Coronavírus (Covid 19), que afetará ainda mais as/os trabalhadoras/es, a categoria docente se prepara para intensificar o enfrentamento ao governo. “Não podemos arrefecer a luta. Ao contrário, é preciso vigilância e atuação constante. As recentes declarações de Jair Bolsonaro contrariam todas as recomendações de especialistas e não têm nenhuma base científica”, afirma a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão. Ela avalia a postura obscurantista de Bolsonaro como uma forma cruel de naturalizar as desigualdades sociais que afeta mais uma vez as/os trabalhadoras/es mais precarizadas/os que sofrem com a agudização da crise na saúde pública.

A professora participou da reunião dos setores das IFES/IEES/IMES e destaca que, diante de todos os desafios, foi aprovada a construção da greve de forma unitária junto à Fasubra e ao Sinasefe. A votação pelo movimento unificado foi quase unânime (48 votos favoráveis), com apenas uma abstenção. Os Setores do ANDES aprovaram ainda a criação de uma comissão de mobilização, que contará com a participação de representantes das três entidades para fortalecer o movimento paredista.

Comando Nacional. As entidades lançaram no último dia 15/3 o Comando Nacional Unificado de Mobilização e Greve, que se reunirá semanalmente e proporá ações conjuntas para a construção do movimento paredista.  Leia Manifesto elaborado pela entidades. Na reunião dos setores, a professora Ana Carolina levou o encaminhamento da Assembleia Geral realizada em 5/3 com a categoria na Ufes. A plenária aprovou o indicativo de greve por tempo indeterminado e paralisação no dia 18 de março, em adesão à Greve Nacional da Educação.

Entenda como foi a votação dos setores (14 e 15/3) na avaliação da diretoria da Adufes

Construção da greve da categoria docente (indicativo de greve): 28 seções favoráveis, e outras 3 aprovaram a construção do movimento unificado com outros setores da educação e/ou com os SPFs; 6 foram contrárias e 13 não aprovaram por não terem discutido ainda o assunto em suas assembleias.

No caso das seções contabilizadas como contrárias (6), três   foram favoráveis à “construção da greve”, o que também reforça o número de IES dispostas a pautar a greve da educação.

Entre as seções que não pautaram o indicativo de greve em suas assembleias (13), apenas quatro são federais, o que demonstra a força do movimento nessas instituições. Ou seja, a maioria das seções estaduais, algumas das quais  saíram recentemente de greves, avaliaram que precisam ainda avaliar e votar o indicativo de greve em sua respectiva categoria. O indicativo SEM DATA foi aprovado por 29 seções sindicais; sendo que 10 seções foram favoráveis à indicação de uma data (ainda a ser definida); e outras 9 se abstiveram.

Ainda que a reunião dos setores tenha sido realizada antes do avanço da pandemia, seus desdobramentos só fortalecem as pautas defendidas pelo Andes-SN. As ameaças de corte de salários e outras perdas para a categoria não só permanecem como avançam. “Agora, além da PEC 186, a promulgação do Decreto legislativo n. 6/2020  – que reconhece o estado de calamidade pública em nível federal – são peças que serão fortalecidas na tentativa de retirada de direitos e desmonte do serviço público”, afirma Ana Carolina, convocando a categoria a estar atenta para exigir a revogação da Emenda Constitucional do “Teto dos Gastos” (EC 95/2016), da Reforma da Previdência e impedir o avanço da Reforma Administrativa. ”Não há dúvidas de que o governo está se aproveitando do momento para atacar cada vez mais a classe trabalhadora”. A presidenta da Adufes  acrescenta que a ofensiva conservadora de retirada de direitos sociais precisa ser enfrentada com a organização das/os trabalhadoras/es. “A sociedade não reagiu à altura contra a EC 95, nem contra a reforma da previdência, por exemplo. Estamos numa encruzilhada decisiva e precisamos de toda a categoria docente mobilizada”, avalia Ana.

A próxima reunião dos Setores do ANDES-SN está agendada para os dias 18 e 19 de abril e ainda não foi confirmada.

Fonte: Adufes