LGBTQIA e o coronavírus: Professores da Ufes discutem em live cuidados com a saúde

Em tempos de pandemia, os cuidados com a saúde e com as relações pessoais precisam ser redobrados.

Com o objetivo de esclarecer sobre precauções para se evitar a propagação da Covid-19 e as mudanças de convivência no cotidiano, o professor Éder Moreira, do Departamento de Geologia do Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde (CCENS), reuniu especialistas nas áreas de epidemiologia e infectologia na última quinta-feira, 16, para um debate virtual. O encontro contou com a participação da professora e epidemiologista Ethel Maciel, do infectologista Luis Henrique Borges e da presidenta da Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold) Déborah Sabará. A atividade integra o projeto de extensão “Café com saberes LGBTQIA”, que terá continuidade trazendo temas como trabalho, inclusão, motivação pessoal e profissional para atuação na sociedade.

“Nossa proposta é refletir sobre vulnerabilidade social, trabalho e ações afirmativas para que tenhamos um mundo mais justo e solidário”, ressaltou o professor Éder Moreira, apresentando as diversas orientações dirigidas ao público LGBTQ+ em relação ao Coronavírus. 

Vulnerabilidade. Durante o debate foi ressaltado que a comunidade LGBTQI+ (lésbicas, gay, bissexuais, travestis e transsexuais) não representa um grupo de risco em si em relação ao Coronavírus, muito menos aqueles que são portadores de HIV. As mesmas orientações sobre cuidados com a saúde valem para todas as pessoas em geral. Contudo, existem peculiaridades que precisam ser levadas em conta.

O isolamento social pode ser especialmente mais doloroso para essas pessoas neste período de quarentena, já que muitas delas podem ser expulsas de casa. Expostas à própria sorte, uma parcela acaba sendo obrigada a se prostituir e a ficar exposta à violência e às doenças, como o novo Coronavírus.

Com relação às trabalhadoras e trabalhadores do sexo, embora vivam uma realidade desigual, a recomendação é que interrompam os programas para que tenham maior segurança. “Se a orientação neste momento é manter certo distanciamento, uma relação afetiva que exige aproximação é sempre um risco”, ressaltou o infectologista Luis Henrique Borges.  Ele destacou a importância de uma alimentação saudável, rica em frutas, proteína, livre de conservantes. No mais, é fundamental cultivar pensamentos positivos.

Já a professora Ethel Maciel orientou que o primeiro passo para se proteger do novo Coronavírus é respeitar a quarentena e o distanciamento social, além de lavar as mãos, fazer uso de máscara e álcool em gel, ou seja, aumentar os cuidados de higiene até que a doença seja vencida. “Se precisar sair de casa, o ideal é evitar aglomerações. Estamos vivenciando uma pandemia com velocidade de propagação muita alta e estudos ainda estão sendo feitos para determinar a vacina contra a covid-19”.

Apoio. Débora Sabarah, presidente da Gold, lembrou que a situação de vulnerabilidade das/os LGBTQI+ é grave e, no cenário de pandemia, muitas/os estão sem trabalho e precisando de ajuda. Sendo assim, a Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade deu início a uma campanha de arrecadação de cestas básicas para pessoas em situação de vulnerabilidade. Doações em qualquer valor pelo Picpay@associaçãogold.

Sabarah lembrou que os centros de apoio psicossocial (Caps) e as unidades de dispensação de medicamentos estão funcionando regularmente no ES, portanto quem está em tratamento de HIV, sífilis e outras doenças pode procurar apoio. “A Gold também está de portas abertas para dar acolhimento. Precisamos acolher essas pessoas de forma afirmativa, inclusiva e propositiva”, disse.

Fonte: Adufes