Nota sobre ações de saúde pública, sociais e psicológicas

Em meio à pandemia da Covid-19, temos visto muitas cobranças à classe trabalhadora. Depositam na conta do trabalhador a responsabilidade pela movimentação da economia e do destino do país. No entanto, não há uma devolutiva à altura, por parte do governo federal e dos governos estaduais a essa cobrança. Pelo contrário, fragilizam os trabalhadores com a flexibilização do isolamento social, autorizando a reabertura do comércio e serviços, sem implementar ações significativas voltada ao fortalecimento da saúde pública, a políticas sociais e ao atendimento às questões psicológicas geradas pela situação da pandemia.

O SUS sofre com o desequilíbrio do Ministério da Saúde, que com o troca-troca de ministros, não consegue dar andamento às políticas necessárias – investimentos na estrutura, hospitais de campanha e compra de equipamentos, principalmente EPI’s. Foi denunciada no site do Conselho Federal de Enfermagem e em vários canais de notícias a falta de equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde, o que reverbera não só nas condições de trabalho, mas na manutenção da própria vida dos profissionais da área. O Brasil tem hoje um número significativo de profissionais da saúde infectados, são mais de 16 mil casos só entre os profissionais da enfermagem, o que mostra um resultado direto da ausência de medidas suficientes para a proteção de quem está na linha de frente no combate ao Covid-19.

Questões relevantes como políticas sociais e de atendimento psicológico, ações de extrema importância para atender aos mais vulneráveis também têm sido negligenciadas.  O governo não faz a articulação necessária para garantir a saúde física, mental e as condições essenciais de vida para os trabalhadores. O que vemos é o governo e a classe empresarial arriscando a vida de mulheres e homens todos os dias ao flexibilizar a abertura do comércio e de serviços não essenciais, afrouxando assim o isolamento social e favorecendo a possibilidade de contágio pelo coronavírus de trabalhadores que diariamente usam o transporte público e ficam expostos à contaminação nas ruas e nos locais de trabalho, devido à aglomeração de pessoas.

No Espírito Santo, foi elaborado um plano de reabertura do comércio de forma gradual, bem no momento em que temos um índice de incidência de casos de Covid-19 e uma taxa de mortalidade muito preocupantes,  entre as mais altas do país. É necessário que neste instante sejam garantidas a segurança de todos os trabalhadores e seus direitos, principalmente em relação à proteção da vida. Por isso é urgente que sejam combatidas as propostas de  flexibilização de abertura do comércio e da retomada de serviços não essenciais, além de medidas mais consistentes no campo da saúde e atendimento as questões sociais e psicológicas de toda a população.

Referências

Sobre A falta de EPI’s

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-04/coronavirus-pesquisa-mostra-que-50-dos-medicos-acusam-falta-de-epi

http://www.cofen.gov.br/denuncias-por-falta-de-epis-entre-profissionais-de-saude-aumentaram_78772.html

http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=28695;2020-05-15-11-57-06&catid=3

Sobre profissionais de saúde infectados

http://www.cofen.gov.br/cofen-publica-observatorio-diario-da-covid-19-entre-profissionais-de-enfermagem_79551.html

http://observatoriodaenfermagem.cofen.gov.br

Sobre a flexibilização e funcionamento do comércio

https://www.seculodiario.com.br/saude/es-tem-802-casos-confirmados-e-isolamento-social-em-queda

Painel do coronavírus no ES

https://coronavirus.es.gov.br/painel-covid-19-es

Coronavírus no Brasil

https://covid.saude.gov.br/

http://portal.cfm.org.br/index.phpoption=com_content&view=article&id=28696;2020-05-15-12-11-16&catid=3 

 

                     Diretoria da Adufes – Gestão “Propositiva e Plural”