Nesta quarta e quinta-feira, 12 e 13, os Conselhos Universitário (CUn) e de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) decidem se o ensino virtual será implantado na universidade. Estudantes, técnicos e docentes organizam intervenções contra a exclusão e condução antidemocrática da discussão na Ufes.
Reclamando da Administração Central efetiva e ampla discussão em relação ao Ensino-Aprendizagem Remoto Temporário e Emergencial (Earte), estudantes, docentes e técnicos da Ufes requerem abertura e transmissão ao vivo das sessões dos Conselhos Superiores. Esse foi um dos encaminhamentos aprovados na Plenária Virtual da Comunidade Acadêmica. A atividade organizada pela Adufes, DCE e Sintufes ocorreu na tarde de sexta-feira, 7.
Os cerca de 150 participantes da Plenária condenaram a falta de debate democrático e transparente por parte da reitoria na condução da discussão do retorno às atividades, sejam remotas, híbridas ou presenciais.
Convidada pelas entidades a participar da Plenária, a Reitoria da Ufes comunicou, em ofício, sua incompatibilidade de agenda. Em consulta à página da Ufes, no horário da Plenária a agenda do reitor registrava “Reunião administrativa – Despachos internos”.
Wellington Pereira, diretor do Sintufes, denunciou que a reitoria diz que está dialogando com o segmento, quando na verdade apenas apresenta o encaminhamento das decisões tomadas pela Administração Central. Essa foi a tônica geral do debate: a falta de diálogo.
Na avaliação geral, a adoção do ensino remoto intensificará a exclusão, principalmente das/dos estudantes que não contam com equipamentos nem internet adequada para estudar online, além daquelas/es que enfrentam alterações em suas rotinas domésticas e laborais em decorrência da pandemia. Foram discutidas ainda as já precárias condições de trabalho de docentes e técnicos, que tendem a deteriorar, caso o EARTE seja implementado.
“Essa é uma medida excludente e insuficiente para um ensino de qualidade”, frisou Nathalia Cravo, diretora do DCE, sendo seguida por outras manifestações que repudiaram principalmente o fato da reitoria não ter submetido a proposta de aulas virtuais à apreciação dos Conselhos Superiores. “Só levou para votação o cronograma de implantação e a proposta de resolução, mas o Earte não foi avaliado pelo CUn e nem pelo Cepe”, destacou a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão.
Transmissão ao vivo. Após 3 rodadas de manifestações, estudantes, técnicos e docentes decidiram encaminhar ao reitor Paulo Vargas, presidente dos dois Conselhos e aos integrantes destes Colegiados, um ofício solicitando que as sessões sejam abertas e transmitidas ao vivo. Para justificar o pedido, os signatários recorrem ao Art. 25 do Regimento Interno do Conselho Universitário e Resolução número 52/2016, que determina que as sessões ordinárias e extraordinárias devem ser transmitidas ao vivo via internet.
Na solicitação das entidades, elas se colocam à disposição para auxiliar na viabilização da transmissão. Segundo Ana Carolina, “temos plataforma com possibilidade de agregar até 10 mil pessoas, é só a Administração Central nos convocar e mais uma vez estaremos disponíveis para ajudar”.
Mobilização. No dia da votação no Cepe (13/8), haverá uma intervenção das entidadesem frente à Ufes, respeitando todas as medidas sanitárias e mantendo o distanciamento social, com colagem de cartazes e fixação de faixas no campus de Goiabeiras, em Vitória.
Saiba o que vai ser votado
Conselho Universitário
dia 12/08/2020 – às 14 horas:
1) Proposta de alteração da Resolução no 07/2020 – CUn
2) Proposta de auxílio emergencial de inclusão e acessibilidade digital
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
dia 13/08/2020 – às 14 horas:
1) Proposta de criação e regulamentação do Earte na graduação
2) Proposta de criação e regulamentação do Earte na pós-graduação
3) Proposta de calendário do semestre especial (CEPE)
4) Proposta de flexibilização das normas
Fonte: Adufes