Grito dos Excluídos: celebração inter-religiosa marca 26ª edição que pede “vida em primeiro lugar”

O Grito denunciou a retirada de direitos e garantias sociais, intensificada no contexto de pandemia. Para evitar contágio, neste ano, os movimentos não foram às ruas, como feito nos últimos 25 anos. A atividade inter-religiosa foi marcada por uma celebração na manhã dessa segunda-feira (7), no Convento da Penha, em Vila Velha, transmitida via redes sociais.

Este ano o tema foi “Vida em primeiro lugar”, e o lema, “Basta de miséria, preconceito e repressão! Queremos trabalho, terra, teto e participação!”. Na celebração, foi lida uma carta que fez um alerta para a exclusão que se aprofunda em um cenário de precarização da vida e do trabalho, com cerca de 130 mil mortes e ataques sistemáticos do governo federal à democracia. Leia a carta aqui 

Segundo o documento, a exclusão “se dissemina, através de mentiras e fake news nas redes sociais, de discursos de ódio e armamentistas, de racismo e machismo, carregados de preconceito contra as diferenças e, principalmente, contra os mais pobres”. O texto também apontou para atitudes desumanas praticadas durante a pandemia.

Lucro em detrimento das pessoas. A tônica do grito reflete o momento de desamparo que vive a população, diante de um Estado cada vez mais a serviço do mercado financeiro, bancos, que junto das elites políticas, lideram o processo de acumulação cada vez maior e mais concentrada de capital.  “No momento gravíssimo que vivemos, o Grito dos Excluídos ratifica a unidade imprescindível de incontáveis entidades, movimentos, coletivos, que, historicamente, lutam pela transformação social”, afirmou a diretora Keli Simões,   que representou a Adufes na construção do Grito. No ato ecumênico, a secretária geral, Junia Zaidan esteve presente e lembrou que “a fala de Dom Dario, ao final de seu sermão, sobre recolocar um horizonte novo para o qual possamos nos dirigir sintetiza o estado de esgotamento do atual sistema, sua inviabilidade mesma de coexistência com a vida.”

Durante o ato, as lideranças lembraram da Carta assinada por 152 bispos com críticas ao Governo Bolsonaro, que utiliza a religião para disseminar o ódio e preconceitos.

Projeção. Além da celebração inter-religiosa, este ano o Grito dos Excluídos contou com uma projeção mapeada no Convento, que aconteceu na noite desse sábado (6), com exibição de imagens de outras edições do Grito, transmitidas pelas redes sociais do Convento da Penha.

O 26º Grito dos Excluídos é uma realização do Vicariato para Ação Social, Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória; Fórum Igreja e Sociedade em Ação; Comitê Popular de Proteção aos Direitos Humanos no Contexto da Covid-19, Fórum Capixaba de Lutas Sociais (que a Adufes compõe) e Fórum Capixaba em Defesa da Vida das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, de que a Adufes faz parte, com cerca de 50 entidades, coletivos, movimentos, centrais sindicais e partidos.

Fonte: Adufes