A proposta – que inclui o formato híbrido (online e presencial) – será submetida ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). De novo, reitoria quer dar continuidade às atividades acadêmicas sem ampla discussão.
Após um semestre de Ensino-Aprendizagem Remoto Temporário e Emergencial (Earte), a modalidade de aulas online, implementada desde 9 de setembro e com término do semestre em 15 de dezembro, revelou uma série de problemas, como a exclusão de alunos e precarização das atividades de ensino.
Leia Jornal Fique Por Dentro – (Ensino remoto reforça exclusão, precarização e expõe falta de planejamento na Ufes – págs 4 e 5)
Mesmo sem as condições necessárias e ignorando as queixas e prognósticos, agora a Administração Central tenta emplacar o ensino híbrido que mescla atividades presenciais e remota a partir de 1º de fevereiro de 2021, quando deve iniciar o segundo semestre letivo especial. A próxima reunião do Cepe está agendada para dia 23 (segunda-feira), quando a nova resolução poderá entrar em discussão. Existe ainda a possibilidade de que ocorra uma sessão extraordinária, já que a proposta precisa ser votada antes do final do ano.
A construção do formato das atividades acadêmicas – seja remota, híbrida ou presencial – ocorre mais uma vez de forma pouco dialogada. O ofício circular nº 37 da Prograd foi enviado aos diretores das unidades acadêmicas no último dia 27/10, dando apenas 6 dias úteis para os centros analisarem o documento a ser discutido na Câmara Central de Graduação (CCG).
Em seguida, com base nas proposições encaminhadas, uma nova versão, aprovada na CCG , foi enviada ao Cepe. Porém, a nova resolução proposta apresenta vários problemas importantes. Segundo a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, são questões que passam pela supressão de garantias aos estudantes para que não sejam prejudicados diante do modelo de ensino remoto, regulamentação dos estágios e das condições de trabalho às/aos docentes e técnicos e até o respeito estatutário às funções dos departamentos para a oferta das disciplinas e atividades. Sobre esse ponto, Ana avalia que “a redação dada à oferta de disciplinas tenta normalizar o funcionamento em modalidade remota ou híbrida, desconsiderando adoecimento, infraestrutura precária, sobrecarga e tudo mais que temos discutido”. Para Ana, outro ponto crucial que precisa ser melhor discutido é o “ensino híbrido” inserido na resolução sem parâmetros pedagógicos, sanitários e normativos, por parte da Ufes.
Fonte: Adufes