O ANDES-SN realizou na tarde desta terça-feira, 1º de dezembro, o 10º Conad Extraordinário. Em virtude da pandemia de Covid-19, o encontro foi transmitido virtualmente para todo o Brasil, desde a sede do sindicato, em Brasília, e foi marcado pela posse da nova diretoria eleita no início do mês de novembro e que permanecerá à frente da instituição no biênio 2020-2022.
O encontro iniciou com a participação remota de membros de outras entidades representativas da classe estudantil e trabalhadora, como a União Nacional do Estudantes (UNE), Fasubra Sindical, Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (SINASEFE), a CSP-Conlutas, entre outras. Eles salientaram a importância das lutas realizadas em parceria com o ANDES-SN ao longo dos últimos dois anos e se comprometeram em dar continuidade à criação de novas estratégias que possam intensificar e perpetuar as lutas e a resistência.
Em seu último discurso como presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves analisou a missão delegada pela base há pouco mais de dois anos. Ele elencou os avanços alcançados pelo sindicato em meio ao governo de Jair Bolsonaro, ininterruptamente marcado por significativos retrocessos civilizatórios, e destacou a necessidade de continuar a enfrentar as reformas antidemocráticas que não modernizam, mas sim tornam as relações de trabalho mais precarizadas, eliminam direitos e implantam a barbárie no Brasil.
Antonio também lembrou das “inspiradoras” lutas da classe trabalhadora em países sul-americanos, como o Chile e a Bolívia, para reforçar que direitos são alcançados por meio da organização dos trabalhadores, da unidade e da capacidade de se defender de ataques. “A nossa luta deve continuar para derrotar o governo de Jair Bolsonaro. Vamos ocupar as ruas para ampliar as nossas lutas e consolidar ainda mais o ANDES como um sindicato independente e autônomo”, disse.
Antonio comentou ainda sobre o necessário isolamento imposto pela pandemia que, segundo ele, trouxe inúmeras dificuldades para o movimento docente em todo o país. “A diretoria estabeleceu como prioridade salvar vidas e nos adaptamos a essa nova realidade. Intensificamos os esforços para o fortalecimento do ANDES-SN, viabilizamos a criação de novas seções sindicais, a volta de antigas seções. Estivemos, mesmo de um modo diferente, em todas as lutas unitárias em defesa da nossa categoria”, completou, desejando à nova diretoria disposição e empenho para a manutenção da luta do sindicato.
A presidente eleita do ANDES-SN, Rivânia Moura, começou seu discurso parabenizando a diretoria anterior pelas lutas dos últimos dois anos, em meio a um cenário totalmente adverso, e citou o educador Paulo Freire para encorajar a base a lutar pelas causas já existentes e também aquelas que surgirão nos próximos meses e anos. “É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”, afirmou.
Rivânia lembrou que há inúmeros desafios para o movimento sindical e destacou a necessidade de engajar esforços para lutar contra o racismo estrutural, a lgbttifobia e, sobretudo, contra a reforma administrativa, que tem o objetivo de precarizar direitos trabalhistas e desmontar as universidades públicas do país. “Vou usar uma frase do escritor João Guimarães Rosa: o que a vida quer da gente é coragem! É urgente a organização da luta contra a reforma administrativa e contra a conjuntura nacional de um governo de extrema direita que alia uma severa política de ajuste fiscal ultraliberal ao profundo conservadorismo”, garantiu.
A presidente também falou sobre ações que acontecerão ainda no mês de dezembro. No dia 8 de dezembro o ANDES-SN participará de uma plenária nacional com reitores e reitoras eleitos não empossados, na qual reforçará a necessidade de o presidente Jair Bolsonaro reconhecer os eleitos; no dia 10, a entidade participará de ato nacional em Brasília, que mostrará a resistência dos servidores municipais, estaduais e federais contra a Reforma Administrativa e junto aos movimentos sociais reforçarão a necessidade de permanência do auxílio emergencial. Rivânia também falou sobre intensificar a articulação com o movimento estudantil e dos técnicos, a fim de garantir a defesa da autonomia e da democracia nas universidades públicas, institutos federais e Cefet, e nesse sentido, já anunciou a primeira campanha da nova diretoria que na semana de 14 a 18 de dezembro estará empenhada na organização de uma frente contra as intervenções nas universidades.
O evento foi encerrado com uma emocionante live show do compositor e cantor Chico César, disponível nas redes sociais do ANDES-SN.
Fonte: Andes-SN