Movimentos realizam carreata nesta quarta (27) contra o retorno das aulas presenciais

Manifestantes que defendem volta às aulas apenas com vacinação, sairão do Tancredão (Ilha do Príncipe) às 14h em direção ao Palácio Anchieta, Centro de Vitória.

Com a previsão de retomada das aulas em fevereiro mesmo sem que haja imunização das comunidades escolares, movimentos organizam mais um ato contra o reinício das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas. Até a tarde de sexta-feira (22), o Espírito Santo havia imunizado 9.797 pessoas (trabalhadoras/es da área da saúde e idosas/os acima de 75 anos que vivem em asilos), segundo dados do Programa Estadual de Imunizações. O Estado recebeu cerca de 135 mil doses da vacina e sua população tem mais de 4 milhões de pessoas.

Ao final da carreata, os movimentos sociais e sindicais irão protocolar petição pública junto ao governo estadual. Com mais de 7 mil assinaturas, o abaixo-assinado solicita: “(…) Sr. governador Renato Casagrande, proteja nossas crianças, seus pais e avós, os trabalhadores da Educação, assim como toda sociedade, não permitindo a volta às aulas enquanto não for feita a vacinação contra COVID-19 (…)”.  O documento estará disponível para assinaturas até que toda população do ES seja vacina. Acesse o link AQUI.

Petições públicas. O grupo lembra que está é a segunda vez que protocolam petição reivindicando a vacinação gratuita para todas e todos como condição para que se reiniciem as aulas presencias somente após a vacinação. “Fizemos a primeira entrega do abaixo-assinado ao governador em 24 de setembro de 2020, um dia antes do pronunciamento sobre o retorno das aulas presenciais”, diz Alessandro Chakal, do Movimento Sobreviva Brasil.  O Espírito Santo registrou, até esta quinta-feira (21), 5.667 mortes por Covid-19 e chegou a 285.641 casos registrados, conforme dados divulgados na plataforma Painel Covid-19, do Governo do Estado.

Chakal destaca que no dia 14 de janeiro, as secretarias de Educação da Grande Vitória (Vitória, Cariacica, Serra e Vila Velha) se reuniram e decidiram adiar a retomada das aulas presenciais nas redes municipais de ensino. “Esta é uma conquista dos movimentos sociais e também é fruto da mobilização da comunidade escolar, que tem explicitado sua insatisfação com o retorno presencial realizado no final de 2020”. Segundo ele, “a adesão dos estudantes do ensino médio às aulas presenciais foi baixa. As prefeituras tiveram bom senso na decisão, mas estão sofrendo forte pressão para o retorno imediato”, salienta. Em entrevista recente, o governador Renato Casagrande (PSB) argumentou que “a educação é prioridade por ser serviço essencial”, alegação contestada pelas entidades, diante do tratamento dispensado à categoria docente.

“Os trabalhadores da educação não estão no grupo de prioridade para tomar a primeira dose da vacina. Logo, entendemos que a educação não é, de fato, um serviço considerado essencial pelo governo capixaba”, critica Alessandro Chakal, lembrando que as/os professoras/es não deixaram de dar aula em nenhum momento. “Pelo contrário, utilizaram do próprio recurso para dar continuidade ao período letivo de forma remota”.

Entidades. Além do Movimento Sobreviva Brasil, entre as entidades que estão na organização do protesto estão Associação dos Docente da Ufes (Adufes), Centro de Estudos Bíblicos do Espírito Santo (Cebi/ES), Resistência & Luta Educação, Coletivo Educação pela Base, Coletivo Lute-ES, Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB-ES), Mães Professoras Unidas pela Vida, Brigadas Populares, Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH-ES), Círculo Palmarino, Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Sintufes), Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos) e Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Espírito Santo (SindSaúde-ES).

Adufes