Pesquisadores protocolam pedido de impeachment de Bolsonaro

Os pesquisadores e profissionais da saúde denunciam os crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente durante a pandemia e coletam assinaturas de apoio em meio à sociedade civil

Profissionais da saúde diretamente envolvidos em pesquisas de combate à pandemia da Covid-19 protocolaram na última sexta-feira (5), na Câmara dos Deputados, um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro por causa dos crimes de responsabilidade cometidos por ele em meio à crise sanitária. A epidemiologista e professora do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Ethel Maciel, faz parte do grupo que assina o documento.

Os autores da denúncia destacam que Jair Bolsonaro prejudicou a saúde das/os brasileiras/os, minou relações federativas indispensáveis em meio à crise sanitária e “achincalhou de modo indelével a dignidade e a honra do cargo de presidente da República, por sua reiterada falta de decoro”. Tudo isso, afirmam, para obter vantagens políticas para si. Entre as atitudes de Jair Bolsonaro denunciadas pelas/os pesquisadoras/es está a disseminação da desinformação, levando as pessoas a arriscar sua saúde por meio do que ele chama de tratamento precoce, classificado na denúncia como uma ilusão.

Um desses tratamentos indicados pelo presidente é à base de cloroquina, “cuja ineficácia é a cada dia reafirmada por profissionais da área médica e científica em todo o mundo”, sendo esse um dos pilares das crises que Jair Bolsonaro teve com Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, ministros da Saúde anteriores ao atual, Eduardo Pazuello, diz o documento. O presidente também causou prejuízos à reputação sanitária do Brasil, país que, conforme é relatado na denúncia, é berço de importantes sanitaristas, como Oswaldo Cruz e Adolpho Lutz, mas que tem se destacado negativamente em nível mundial no combate à pandemia, pois Jair Bolsonaro tem promovido a descrença em vacinas.

O auge da violação do direito à saúde, segundo o pedido de impeachment, foi a situação de Manaus, no Amazonas, onde faltou oxigênio nos hospitais. Os autores de denúncia recordam que o governo Federal foi alertado sobre essa realidade, mas nada foi feito para atender à necessidade dos amazonenses.

Coleta de assinaturas

O pedido foi aberto para receber apoio da sociedade civil. O grupo busca a adesão daquelas/es que querem fazer com que seja possível a preservação das vidas dos brasileiros e das brasileiras, bem como a reconstrução do país. Para apoiar o pedido de impeachment basta subscrever a denúncia por meio do formulário ( https://forms.gle/zBM2PsyjMJVv1f317), voltado para pessoas físicas.

Participação das seções sindicais no “Fora, Bolsonaro!”

No último sábado (6), a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, participou da reunião dos setores do Andes-SN (IFES,IEES, IMES). Um dos encaminhamentos aprovados foi a participação das seções sindicais nas atividades pelo “Fora, Bolsonaro!”, que serão realizadas em todo o país em 21 de fevereiro. No Espírito Santo, a Adufes irá construir a manifestação junto com outros sindicatos, movimentos sociais, centrais sindicais, partidos, coletivos etc.

A carreata do próximo dia 21 não será a primeira a ser realizada com o objetivo de pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Em 23 de janeiro, para protestar contra a política genocida e negacionista do governo Federal, a sociedade civil também foi às ruas. A carreata saiu de vários pontos, como Vila Velha, Vitória, Serra e Cariacica, rumo ao pedágio da Terceira Ponte.

 

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