A atividade será nesta quarta-feira, 31, às 17h
A educação brasileira sofre com os impactos da pandemia da Covid-19, desde março de 2020, quando foi intensificado o processo de precarização do ensino e de trabalho nas redes públicas dos estados, municípios e instituições federais. Para discutir os retrocessos vividos, os desafios impostos com planos de retomada às aulas remotas e híbridas, a resistência necessária para reverter esse quadro, a Adufes realizará amanhã, 31, uma live com foco na educação básica, exibida no Facebook e no YouTube da Adufes
A exemplo das Instituições Federais de Ensino (Ifes), que têm enfrentado uma crise estrutural devido à política econômica de Estado mínimo do governo Bolsonaro, as/os docentes e demais trabalhadoras/es das redes públicas do estado e municípios enfrentam o autoritarismo, adoecimento, assédio, negligência e falta de transparência por parte do governo Renato Casagrande e das gestões municipais.
O debate promovido pela Adufes terá a participação de integrantes de coletivos da Educação Básica: Ana Paula Rocha, professora da rede estadual e municipal de Aracruz, do coletivo Educação pela Base; Mônica Alves, da rede municipal de Vila Velha, que faz parte do coletivo Resistência e Luta; e Demian Cunha, da rede estadual de ensino e integrante do coletivo Luta Unificada dos Trabalhadores da Educação (LUTE-ES). Segundo as/o convidadas/o, durante a pandemia aumentou a demanda de trabalho nas escolas, o que tem gerado sobrecarrega e adoecimento dos profissionais da educação, que também convivem com o aumento no número de mortes por Covid-19. Aliado a isso, há ainda a falta de recursos tecnológicos adequados e de protocolos sanitários que atendam à realidade do ambiente escolar, expondo as pessoas aos efeitos nefastos da pandemia.
Ensino híbrido. De acordo com Demian Cunha, a pandemia acelerou um processo que já estava em curso, que é a implantação do chamado “ensino híbrido”. “Em nenhum momento a categoria foi chamada a discutir os termos dessa nova forma de trabalhar ou teve suas reflexões consideradas”, denuncia, ressaltando preocupação com a vida das/os estudantes, familiares e profissionais que atuam nas unidades de ensino diante das novas variantes do Coronavírus.
O temor, segundo a professora Mônica Alves, tem sido grande. “Docentes estão em pânico com o número de colegas infectados durante o breve retorno das aulas presenciais neste ano de 2021”, diz. Para as/os professoras/es, as secretarias de educação do estado e dos municípios precisam ouvir os relatos da categoria sobre as aulas presenciais/híbridas, acolher sugestões e questionamentos.
Evento importante para o atual momento. Essa é a avaliação de Monica Alves, porque dá voz a quem está no chão da escola, que conhece a realidade cotidiana da comunidade escolar. Ana Paula Rocha enfatiza a necessidade de solidariedade e reflexão conjunta, bem como de uma representação sindical que se coloque de forma concreta na defesa da educação e dos profissionais de educação. É o que também afirma Demian Cunha, para quem a ausência de uma representação sindical efetiva faz com que os profissionais da educação busquem formas alternativas de organização para tentar trazer soluções aos problemas e desafios vivenciados. Segundo Ana Carolina Galvão, presidenta da Adufes, “é dever de ofício do sindicato estar nas lutas da classe trabalhadora, em especial aquelas que dizem respeito aos desafios da educação, seja ela básica ou superior”, finaliza.
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