A Adufes participou das atividades nacionais do Andes e realizou, localmente, a Plenária em Defesa da Educação, Saúde e Serviços Públicos, junto do Sintufes e DCE.
“A Educação precisa resistir”. Seguindo esse lema, docentes, técnicos, técnicas e estudantes das instituições de ensino superior públicas – federais, estaduais e municipais – dedicaram essa quarta-feira, 19 de maio, à luta por vacina, pão, saúde e educação. As atividades foram acompanhados pelo Sindicato Nacional (Andes-SN) e transmitidos AO VIVO para todo o Brasil.
Carreatas, panfletagens, distribuição de diversos informativos e máscaras, twittaço com a hashtag (#aeducaçãoprecisaresistir) e muita discussão acerca dos ataques à educação pública agitaram logo cedo a primeira transmissão do 19M do Andes-SN. As atividades destacaram os ataques de Bolsonaro e do Congresso às trabalhadoras e aos trabalhadores em geral, às/aos docentes e às universidades.
“O que esse governo quer é transformar nossas universidades e institutos federais em corredores da morte. Quem resiste não desiste, a educação precisa resistir”, frisou a presidenta do Andes-SN, Rivânia Moura, destacando também a importância à resistência ao Projeto de Lei (PL) 5595/20, que impõe o risco d a reabertura de escolas, universidades, institutos e Cefet no pior momento da pandemia da Covid-19.
Uma das convidadas da live Andes, a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, destacou que o PL 5595/20 teve parecer favorável do senador capixaba Marcos do Val (Podemos), e que a luta das trabalhadoras e trabalhadores do Espírito Santo inclui também o PL 55/2021, em tramitação na Assembleia Legislativa, seguindo a mesma lógica da proposta nacional.
“O curioso é que agora, para tentar fazer essa investida (retorno presencial sem vacinação em massa), há o discurso recorrente de que o ensino remoto não funciona”, diz. Ela salientou que desde o início da pandemia, com a implantação do ensino remoto, a categoria já dizia que “não funciona, vai ser excludente, não será adequado pedagogicamente”.
Por provocação da Adufes, informou Ana, a Universidade Federal do Espírito Santo divulgou Nota Pública de repúdio aos PLs 5595/20 e 59/202, sem, no entanto, realizar a sessão pública dos Conselhos Superiores neste dia nacional de luta, solicitada pelo sindicato. “A Ufes publicizou a posição do Cepe e encaminhou às bancadas estadual e federal do ES, segundo a chefe de Gabinete, Professora Zenólia Figueiredo”, afirmou Ana
Plenária local: Defesa da Educação, Saúde e Serviços Públicos. Como parte do Dia Nacional de Luta, no início da tarde dessa quarta a Adufes, o Sintufes e o DCE realizaram plenária em que também rechaçaram o Projeto de Lei (PL) 5595/20, (Senado) e ao PL 59/2021 (ALES), além da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, a Reforma Administrativa.
A atividade, que contou com a presença de diversas entidades do setor público e movimentos sociais, também pediu a revogação da Portaria do MEC 983/2020, que traz ataques aos professores da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Também lembraram da necessidade da recomposição dos orçamentos das instituições federais de ensino.
Para o coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Hilquias Crispim, é preciso reforçar em todos os espaços a luta contra a PEC 32. Na ocasião, o estudante citou a CPI da vacina, que vem demostrando as omissões do governo e culminaram nos mais de 440 mil óbitos. “Neste contexto, cortar recursos de ciência e tecnologia é fortalecer a pandemia”, disse.
O coordenador geral do Sintufes, Welligton Pereira, enfatizou a importância de revogação da Emenda Constitucional 95, que congelou os recursos para diversas áreas, como educação e saúde, o que certamente será intensificado caso seja aprovada a Proposta de Emenda à Constituição 32 da Reforma Administrativa. “Os sucessivos cortes em áreas fundamentais ao enfrentamento à Covid-19 nos colocam em prontidão para a luta”, criticou, complementando que as administrações das universidades se calam diante dos ataques, evitando até mesmo fazer críticas aos parlamentares que estão na bancada do ES e a serviço do capital.
A secretaria geral da Adufes, Junia Zaidan, que vem atuando na mobilização contra a PEC 32 por meio do Movimento em Defesa de Direitos e Serviços Públicos de Qualidade, ressaltou a unidade de ação para pressionar contra a aprovação da proposta. A diretora apresentou dados que refletem a desigualdade social no Brasil, cujo Estado abandona à própria sorte seu povo. “Mais de 100 milhões não têm acesso a esgoto tratado e cerca de 10% da população está passando fome”, indignou-se. Junia lembrou que desde que a pandemia teve início, os movimentos sindicais e sociais estão se reinventando, devido à restrição de eventos presenciais, seja na realização de atos, carreatas, audiência popular, faixaços, plenárias virtuais populares, memoriais às vítimas da política genocida em relação à Covid – sempre na tentativa de seguir e ampliar a luta, que é de todas e todos nós.
“A pauta do 19M é múltipla porque os ataques são múltiplos. Não há escolha senão fazer o enfrentamento a este sistema que nos mata”, diz Junia .
29 de maio: Dia Nacional de Luta. Na plenária, a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, comunicou que a diretoria irá convocar assembleia geral para o próximo dia 25 de maio, às 16h, para definir sobre participação nos atos nacionais previstos no calendário das lutas. Segundo Ana, na data a categoria também irá eleger delegada/o e observadoras/es para o próximo Conad do Andes-SN, previsto para o mês de junho.
Adufes