Adufes tenta discutir a imunização da comunidade acadêmica com a Reitoria e continua sem respostas

“Administração Central não marcou sequer um encontro com as entidades para dialogar sobre o assunto”, diz presidenta da Adufes.  

Após duas reuniões com a Administração Central, realizadas em março e abril, em que a diretoria da Adufes reivindicou o debate com as entidades da Ufes sobre a vacinação, a Reitoria enviou o Ofício nº. 209/2021/GR/UFES, no qual assinalou: “Estamos abertos à discussão com os representantes da comunidade universitária sobre os critérios para a vacinação dos trabalhadores da educação superior”. Para Ana Carolina Galvão, presidenta da Adufes, a resposta é uma mera estratégia de protelação. “Nós já estamos pedindo isso desde 26 de março e nada aconteceu”.

Na semana passada a Ufes publicou informe da Progep, em que explica que “por meio de um pronunciamento dos secretários de Estado da Saúde e da Educação, o Governo do Espírito Santo anunciou na manhã desta quarta-feira, 26 de maio, o aumento do quantitativo de doses de vacinas contra a covid-19, de forma a contemplar, de imediato, a integralidade dos profissionais da educação do estado, independentemente da idade ou do nível de atuação (educação básica ou magistério superior)”.

Com essa divulgação, muitos docentes começaram a procurar o sindicato para saber se a discussão havia sido realizada, pois a entidade vinha requerendo discutir a pauta há dois meses. “Mais que isso, vários docentes informaram terem interpelado a gestão da Ufes a respeito do pedido da Adufes e a eles foi dito que a Reitoria já havia respondido devidamente, o que não é fato, pois nunca fomos escutados”, diz Ana. E da forma como a vacinação está sendo divulgada e encaminhada, os problemas continuam.

Jogo de cena. Para a presidenta da Adufes, “é uma encenação midiática, mais do que qualquer outra coisa”. Segundo ela, o governo do estado fez alarde com a inclusão de todos os profissionais da educação, mas não garante a vacinação e apenas transferiu o assunto para as secretarias municipais, sendo que muitas não têm doses para o segmento e cada qual pode estabelecer suas próprias regras. “A síntese dessa situação é: nem as entidades participaram de nada, dentro da Ufes, e nem a própria Administração Central teve força para discutir o que quer que seja e apenas divulgou o que foi determinado, pois o Comitê que foi criado já foi dissolvido pelo governo”.

Preocupação. Ana afirma que vê o processo com apreensão, pois o desencontro de informações e procedimentos é grande. Há prefeituras que divulgam o agendamento para “profissionais da educação” e outras, somente para “docentes e gestão da área de ensino”. Na divulgação das orientações do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), que é mais detalhada do que o que foi comunicado pela Ufes, é informado que “para que haja respaldo normativo Estadual para a vacinação dos profissionais técnico-administrativos e de apoio em geral (pessoal terceirizado), é necessário aguardar a publicação de nova resolução pela CIB o que deve ocorrer em breve”, mas até agora, isso não aconteceu. “Com isso, alguns dos pontos que havíamos levantado entre nossas preocupações, estão se concretizando. Não sabemos como ficará a situação de técnicos, terceirizados e trabalhadores do projeto de ressocialização do sistema carcerário”, destaca Ana Carolina.

Outra preocupação dela é com a mensagem que chega à sociedade quando se diz que está sendo realizada a imunização de profissionais da educação. “Se não há doses, critérios e inclusão de todas e todos, é falso dizer que a vacinação está sendo feita, de fato. Isso é muito perverso, porque coloca a população contra os trabalhadores da educação”, salienta. Por fim, Ana lembra que no caso da Ufes, a vacinação das/os trabalhadoras/es é insuficiente para o retorno presencial, uma vez que estudantes também precisam ser imunizados.

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