Adufes alerta para a relação perversa entre os cortes orçamentários e o ensino híbrido na Ufes

Os sucessivos cortes nos orçamentos nos últimos anos, sobretudo com a Emenda Constitucional (EC) 95, comprometem o pleno funcionamento da universidade.

A Ufes chega a 2021 com graves dificuldades financeiras e está diante de uma situação orçamentária que poderá impactar fortemente suas atividades. Os cortes neste ano, se comparados a 2020, correspondem a 18,2% nos recursos provenientes do Tesouro para custeio, 22,8% nos recursos de capital e 18,3% nos de assistência estudantil.  O enfrentamento do sindicato é pela recomposição imediata dos recursos alocados para a Educação, especialmente para as instituições de ensino e pesquisa.

Diante do agravamento da pandemia e dos cortes de verbas para a educação, o reitor da Ufes, Paulo Vargas, em entrevista à imprensa local, fez uma declaração que deixou a comunidade acadêmica em alerta. Segundo ele, “a Ufes terá dificuldade para contemplar todas as demandas e chegar ao final do ano com contas em dia, especialmente no caso de a pandemia reduzir a sua intensidade e permitir a adoção das atividades em modo híbrido”. O relato sinaliza que, mesmo com o fim da crise sanitária, o ensino presencial poderá ser inviabilizado sob a alegação de falta de recursos.

Os cortes vêm sendo insistentemente pautados pela Adufes, que, juntamente com outros segmentos, pede à Administração Central discussão ampla. Sem atender à demanda, a Administração Central fez apenas uma sessão pública dos Conselhos Superiores, na qual a comunidade acadêmica só teve participação por chat, sem espaço para perguntas e sem suspensão das atividades acadêmicas no dia e hora para acompanhar a Sessão.

Contraofensiva. Para a presidenta da Adufes, Ana Carolina Galvão, os cortes e tantas outras medidas em tramitação que  afetam garantias sociais, precisam de uma contraofensiva.  “Não é admitindo nas entrelinhas a possibilidade de não retorno pleno ao modo presencial quando seguro que uma reitoria encampa a luta pela universidade pública”, criticou. Para a presidenta da Adufes, o retorno presencial é inegociável e qualquer configuração no ensino, seja nesse momento de absoluta excepcionalidade, seja no futuro, deve ter por base inicial um levantamento detalhado das condições objetivas, subjetivas, materiais e sociais das/os estudantes e também das/os professoras/es. Daí a Adufes defender a transparência, amplo diálogo e participação da comunidade acadêmica na construção de decisões e solução de problemas. “Esse diálogo não tem acontecido, a despeito de nossa insistência e, agora, denúncia contra a arbitrariedade da reitoria”, finaliza.

 Sobre o orçamento das instituições federais, em nota, o Andes-SN afirmou que não existe mais de onde cortar no custeio das instituições e o valor que já era previsto, por si mesmo, provocaria “paralisia de serviços essenciais, corte de ajuda à(o)s estudantes, dentre outras necessidades para o bom funcionamento das instituições. E, no meio de uma pandemia, o que se esperava era o aumento e a alocação de recursos para fazer frente aos novos gastos e garantir retorno seguro após a vacinação. Não é este o cenário que se avizinha”.

O Sindicato Nacional se soma à luta de todas as entidades educacionais, sindicais, estudantis e científicas, para que ocorra recomposição dos recursos alocados para a Educação. “Sem isso, nossas instituições não terão condições de cumprir suas obrigações com o país e colocarão em risco a própria segurança física de seu corpo docente, técnico e estudantil quando tivermos o retorno presencial”, destaca trecho do documento.

Ato presencial dia 29M pauta os cortes. Depois da mobilização do 19M, que contou com diversas atividades virtuais e presenciais, a Adufes participa, junto de outros sindicatos, centrais e movimentos populares  da manifestação nacional, que será realizada neste sábado (29). Em Vitória, haverá concentração a partir das 15h, em frente ao Teatro Universitário, campus de Goiabeiras. Além da recomposição dos orçamentos das universidades públicas, estão em pauta o rechaço à Reforma Administrativa (PEC 32), a reivindicação por vacinação em massa, emprego e renda e o Fora,Bolsonaro e Mourão..

Guia de segurança sanitária – proteja-se e proteja os outros!

1- Use máscara PFF2, N95 ou máscara cirúrgica embaixo da máscara de pano (sempre bem ajustada no rosto, cobrindo nariz e boca, e sem vazamento);

2- Leve álcool gel (também será distribuído);

3- Mantenha distância de 2m dos outros;

4- Não compartilhe alimentos, nem bebidas;

5- Dia de manifestação não é dia de comemorar com amigos. Vá para casa quando acabar o ato.

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