Em repetidas ocasiões, a Adufes tem se expressado contrariamente às atividades presenciais de ensino durante a pandemia, bem como tem denunciado a insuficiência dos protocolos sanitários alardeados como satisfatórios para a retomada das aulas.
Essa recorrência de manifestações resulta da reiterada política nacional e local, que não dialoga com as trabalhadoras e trabalhadores e que insiste em preterir a vida para atender aos interesses econômicos, neste caso, bastante evidente pelo diálogo exclusivamente estabelecido com o Sindicato das Empresas Particulares de Ensino.
Repudiamos a decisão do Governo do Estado do Espírito Santo de reabrir as escolas em municípios de risco ALTO, virando as costas para a gravidade da situação sanitária, em especial no que se refere às variantes da Covid-19 – mais agressivas e transmissíveis entre jovens e crianças.
A atitude do governo Casagrande em nada se diferencia da decisão do Prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, que também anunciou o retorno das aulas a partir da próxima segunda, 10. Aliás, não apenas não se diferencia, como subsidia a decisão da Prefeitura de Vitória, revelando a irresponsabilidade conjunta dos governantes.
Lembremos que em 2020, Pazolini, junto de outros parlamentares, invadiu o hospital Dório Silva, depois que Jair Bolsonaro fez essa sugestão, buscando minimizar a pandemia. À época, tal atitude foi criticada por Renato Casagrande.
Em que se diferenciam Jair Bolsonaro, Renato Casagrande e Lorenzo Pazolini?
Além de nosso repúdio a todas as atitudes genocidas, salientamos que a Adufes tem colaborado com as iniciativas da educação básica desde o início da pandemia, seja contra a precarização das condições de trabalho das/os professoras/es, seja pelas discussões em relação ao ensino remoto ou na defesa da vacinação em massa e da preservação da vida.
Foram diversas ações políticas, como lives, campanha virtual, atos e carreatas, além de ações jurídicas com questionamentos junto ao Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Estadual, Ouvidoria do Governo do Estado e Tribunal de Contas do Estado.
Ainda que a Adufes esteja alinhada e comprometida com a classe trabalhadora em geral e com as lutas da educação em particular, é preciso salientar que a entidade não é representante sindical da categoria docente da educação básica, razão pela qual foge à sua responsabilidade acionar a base de professoras/es que retornarão ao trabalho, colocando suas vidas em risco a partir de segunda-feira. A tarefa de chamada de assembleia, para decisão coletiva e amparada pelas/os docentes, podendo, inclusive, culminar em deliberação de greve sanitária para proteção da categoria, cabe ao Sindiupes, a quem apelamos para que além de medidas administrativas, dialogue com sua base e não apenas com o judiciário e com os governos, assim como já anunciou o Sindicato dos Servidores Municipais de Vitória (Sindsmuvi).
Adufes