Entidades do funcionalismo público federal anunciam construção de greve geral

Mobilização tem pauta vasta, que inclui a recomposição das perdas salariais, o rechaço à Reforma Administrativa e à manobra do governo Bolsonaro de conceder reajuste  apenas aos profissionais da Polícia Federal (PF). A Adufes reinvindica a construção da greve desde o início de 2020.

Em protesto contra o reajuste favorecido no Orçamento de 2022 aos profissionais da polícia, o Sindicato Nacional  (Andes-SN), em conjunto com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e outras entidades representantes das servidoras e servidores públicos federais, se reuniram no último dia 29 para debater uma greve geral, que deverá ser construída ainda neste primeiro mês do ano, com previsão para ser deflagrada no primeiro trimestre.

Informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que as/os servidoras/es federais tiveram 50% de perda salarial e estão sem reajuste há cinco anos. As queixas contra a reserva de R$ 1,7 bilhão no Orçamento para beneficiar a PF, atingiram diversos setores do serviço público, incluindo servidores das áreas da educação, tributária, da saúde, da diplomacia, da política monetária e do Ministério Público.

As/os auditoras/es da Receita Federal, inclusive, deflagraram greve em todo o país em 27 de dezembro. Além do movimento paredista, cerca de 640 servidoras/es entregaram seus cargos de confiança em protesto ao descaso do governo com a categoria. Os pedidos de dispensa não significam, no entanto, que as/os servidoras/es abandonaram a carreira, mas apenas deixaram vago o posto de comando.

Andes-SN e a greve geral. No 39º Congresso do Sindicato Nacional, em fevereiro de 2020, foi aprovada a construção da greve das universidades públicas, a partir do primeiro semestre de 2020. Um mês depois, na reunião dos setores, foi feito levantamento das deliberações das assembleias de base e das 31 Seções Sindicais presentes, 28 foram favoráveis à construção da greve.

Para a secretária geral da Adufes, Junia Zaidan, é preciso reforçar com o conjunto das/os trabalhadoras/es a necessidade de resgatar o indicativo aprovado no ano anterior e avançar na construção da greve unificada, contra o achatamento dos salários, os cortes de orçamento e também contra a Reforma Administrativa. “Nem pela via exclusivamente jurídica nem parlamentar encontraremos respostas suficientes para as/os trabalhadoras/es, temos que nos valer do instrumento que historicamente redundou em conquista de direitos, que é a greve”, diz, salientando o papel fundamental do sindicalismo na tarefa de elevar a consciência de classe, promover a sua independência política, e ampliar a sua organização.

Setor das Ifes.  A construção da greve geral da(o)s servidoras e servidores pública(o)s federais  será ponto de pauta de reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino (Setor das Ifes) do ANDES-SN . O encontro ocorrerá no próximo dia 12. Na ocasião, a Adufes será representada pela presidenta Ana Carolina Galvão e pela vice-presidenta,  Aline Bregonci.

 

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