Professoras/es da Ufes mantêm indicativo de greve sem data para deflagração e aprovam a intensificação de ações de mobilização

Decisão foi tomada por ampla maioria na Assembleia Geral, com ampliação da Comissão Local de Mobilização (CLM)

Professoras e professores da Ufes aprovaram em Assembleia Geral (AG) realizada nesta terça-feira, 17 de maio, a manutenção do indicativo de greve do serviço público ainda sem data para deflagração. A decisão foi tomada por ampla maioria.

Além disso, foi aprovada a intensificação das atividades com a definição de um calendário de mobilização e fortalecimento da Comissão Local de Mobilização (CLM), que, agora ampliada com novos membros, seguirá em torno das pautas das categorias do serviço público federal, que estão unificadas na construção da greve.

As reivindicações incluem: luta contra a retirada de direito anual ao reajuste do salário, que acumula perdas de 19,99% nos últimos três anos; reivindicação de arquivamento da PEC 32 (Reforma Administrativa) que promoverá o desmonte do serviço público e ameaça a carreira docente de extinção; luta pela revogação do Teto de Gastos (EC95), que tem estrangulado o orçamento das Instituições Federais de Ensino Superior e destruído o sistema de ciência e tecnologia; e contra a intervenção de Bolsonaro na autonomia das IFES por meio da escolha de dirigentes não eleitas/os nos primeiros lugares das listas tríplices (28 intervenções desde o início de seu governo).

Debate amplo

A Assembleia contou com ampla participação, com dezenas de falas sobre a importância das pautas em torno da construção da greve. Nas posições contrárias à deflagração, proposta para 23 de maio pelo Setor das Instituições Federais de Ensino Superior do ANDES-SN, foram citadas a falta de clima político,  a construção de outras formas de mobilização e de debate junto à base como argumentos. Nenhuma fala foi feita em favor da deflagração no dia 23 de maio, mas houve expressivas manifestações sobre a importância de uma posição de prontidão para a greve, que seja co-construída por toda a categoria e que não se apoie em uma expectativa de validação externa, nem de condições ideais – que historicamente nunca aconteceram.  Além disso, muitas/os professoras/es ainda não filiadas/os e do quadro não permanente (substitutos) marcaram presença. Houve também a participação de estudantes e técnicos-administrativos. Todas e todos puderam fazer uso da palavra.

A mesa foi composta pela secretária-geral Aline Bregonci, pelo tesoureiro geral Edson Pereira Cardoso, e pela presidenta da Adufes, Junia Zaidan, que fez uma introdução antes da apreciação do ponto de pauta da greve explicando como a construção do movimento está acontecendo, não apenas na Ufes, mas em outras universidades e categorias. Dúvidas também foram respondidas durante a discussão.

Junia Zaidan avaliou a AG como positiva, destacando as inúmeras falas e o desejo das/os presentes de contribuir, mesmo que com divergências, para as estratégias de luta em torno das pautas que estão colocadas. “Essa Assembleia funcionou também como um momento de formação política e para ampliar a Comissão Local de Mobilização (CLM), o que fortalecerá as próximas ações que faremos aqui, somando forças com colegas de todo o Brasil, para derrotar as pautas do Governo Bolsonaro que têm como objetivo destruir a educação pública, o serviço público e precarizar ainda mais a vida da classe trabalhadora”.

Na intervenção que fez durante a AG, a secretária Geral, Aline Bregonci, lembrou que a luta da classe trabalhadora é mais importante do que as nossas diferenças políticas.  “Estamos no interior e vivemos o bolsonarismo de forma intensa, de modo que a mobilização é fundamental! Precisamos de todas e todos os companheiras/os.”

Outros pontos

Durante a AG, a categoria também elegeu o Conselho Fiscal (CF) com a seguinte composição: Fernanda Chiote – CE (titular); Inês de Oliveira Ramos Martins – CE (titular); Fabiana Goring – CCS (titular); Rogério Zanon – CCJE (suplente); Felipe Berbari Neto – CCAE (suplente); e Ana Carolina Galvão – CE (suplente). O CF fiscalizará as contas da atual gestão no decurso de um ano, tempo de seu mandato.

Dois pontos de pauta (parecer do Conselho Fiscal – 2020; e balanço anual de 2020) foram retirados da pauta pela mesa no início da Assembleia Geral (AG) em razão da necessidade de documentos adicionais da Contabilidade para que a aprovação fosse possível. Além disso, após explanação do tesoureiro geral Edson Pereira Cardoso, houve a solicitação da base por informações mais detalhadas sobre a Previsão Orçamentária para 2022. A mesa, então, optou por submeter o documento à análise da categoria novamente em uma assembleia futura em que informações adicionais serão apresentadas.

Transporte e recreação

A Adufes ofereceu, com ampla divulgação, às/aos docentes associadas/os residentes no interior o custeio do deslocamento e hospedagem. Além disso, o encontro teve transmissão online pelo Webex para participação virtual na discussão, franqueando a votação exclusivamente a quem participou presencialmente, em observância ao Regimento do sindicato.

Para quem precisasse ir à AG com crianças, foi oferecida pela Adufes a recreação infantil, também com ampla divulgação, incluindo monitoria, para que mães e pais pudessem deixar as/os pequenas/os enquanto participassem das decisões da categoria.

Confira abaixo imagens da Assembleia Geral.

Adufes