ReuniDigital: governo Bolsonaro quer enterrar a pesquisa e a extensão nas universidades federais

Modelo contraria a universidade pública que Adufes, Andes (que divulgou nota sobre os riscos do programa) e outras inúmeras entidades defendem, generalizando o EaD e promovendo a substituição de professoras/es por tutores e tutoras em regime de trabalho precarizado

O governo Bolsonaro pretende lançar o ReuniDigital, proposta que visa expandir vagas via Ensino a Distância (EaD) e criar uma Universidade Federal Digital. Muito antes da pandemia, o governo Bolsonaro promoveu um gigantesco corte no orçamento das universidades, institutos federais e Cefet’s e publicou a Portaria nº 2.117/2019, que alterava de 20% para 40% a possibilidade de carga horária de EaD em cursos presenciais de graduação. Resumindo, a intenção é adotar o modelo das faculdades particulares nas federais, beneficiando grandes grupos empresariais que pretendem abocanhar recursos públicos oferecendo em troca uma formação restrita ao ensino e de péssima qualidade.

De acordo com o professor Edson Cardoso, diretor da Adufes, se o ReuniDigital for implementado, a maioria dos estudantes das universidades públicas passariam a estudar na modalidade EaD. Além de o modelo contrariar frontalmente a universidade pública que a Adufes, o Andes e outras inúmeras entidades defendem, o Governo não contratará professores para a nova demanda de estudantes à distância, adotando o modelo das instituições privadas, que exploram tutores e tutoras por meio de trabalho precarizado e da reutilização de aulas gravadas.

Na perspectiva educacional defendida pela Adufes, os processos de ensino e aprendizagem não se resumem à transmissão de informações às/aos estudantes, mas recobrem atividades em laboratórios, reuniões de grupos de pesquisa e extensão, eventos acadêmicos, aulas presenciais, entre outras. Tanto a dimensão cognitiva, que se enriquece por meio das inúmeras atividades da universidade, quanto a afetiva possibilitam que as/os estudantes socialmente deem sentido ao que se aprende.

“A tecnologia vem das grandes corporações, como Google e Microsoft, que ganham muito com isso. O ReuniDigital é uma proposta de mercantilização do ensino superior dentro das universidades federais, centrado apenas no Ensino , como no setor privado, que tem a maior parte dos discentes no ensino à distância. É preciso resistir fortemente porque é um ataque ao tripé pesquisa, ensino e extensão que hoje é um dos pilares da qualidade da formação nas universidades e das pesquisas e produção científica no Brasil”, convocou Edson.

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